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Crise da habitação em Portugal? Bruxelas promete plano "ainda este ano"

Esta manhã, na sessão plenária do Parlamento Europeu na cidade francesa de Estrasburgo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, proferiu o seu primeiro discurso sobre o Estado da União do segundo mandato e o quinto do seu percurso europeu, tendo anunciado que, "ainda este ano", será apresentado "o primeiro plano europeu para habitação acessível", que estava previsto para 2026.

Crise da habitação em Portugal? Bruxelas promete plano "ainda este ano"

© Goncalo Fonseca/Bloomberg via Getty Images

Lusa
10/09/2025 14:34 ‧ há 1 dia por Lusa

Economia

Habitação

A Comissão Europeia reconhece "os desafios" relacionados com a crise habitacional em Portugal e espera dar-lhes resposta com o plano antecipado para este ano sobre habitação a preços acessíveis, incluindo financiamento, ajudas estatais e limites ao alojamento local.

 

Esta manhã, na sessão plenária do Parlamento Europeu na cidade francesa de Estrasburgo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, proferiu o seu primeiro discurso sobre o Estado da União do segundo mandato e o quinto do seu percurso europeu, tendo anunciado que, "ainda este ano", será apresentado "o primeiro plano europeu para habitação acessível", que estava previsto para 2026.

Reagindo a tal anúncio, falando à Lusa em Estrasburgo, o comissário europeu da Energia e Habitação destacou que "uma das notícias de hoje [...] é o facto de a presidente ter anunciado [...] que se avançou na agenda e este é, naturalmente, um sinal de que [a Comissão] leva muito a sério a crise da habitação que se vive na Europa".

"O panorama é diverso e nalguns países é pior do que noutros. Reúno-me regularmente com ministros de todos os países, autarcas e outras partes interessadas e tive reuniões muito frutuosas também com as partes interessadas de Portugal e não há dúvida de que Portugal é um dos países onde se enfrentam desafios", elencou Dan Jørgensen.

"E esperamos sinceramente que os esforços da UE que iremos propor sejam úteis", acrescentou o comissário europeu da tutela nestas declarações à Lusa.

Apesar de admitir que "muitas das coisas que podem e devem ser feitas são de competência nacional", o responsável apontou que "há também muitas coisas que são da competência europeia" e podem ser mudadas pela Comissão Europeia, como as regras relativas aos auxílios estatais e as possibilidades de ajudar no financiamento.

Acresce que "temos de analisar os arrendamentos de curta duração", assinalou Dan Jørgensen, depois de Ursula von der Leyen ter indicado que a Comissão Europeia vai propor uma iniciativa legislativa sobre tal.

"Em demasiadas cidades, o arrendamento de curta duração é um problema porque ultrapassa a capacidade de as pessoas possuírem ou alugarem uma casa, uma vez que a lucratividade dos alugueres de curta duração para os proprietários é maior", disse o comissário europeu à Lusa.

Para Dan Jørgen, urge também "analisar a financeirização do setor".

"Vou apresentar um plano muito holístico, que será uma combinação de legislação direta e que também analisará a legislação já existente, como podemos simplificá-la e melhorá-la", adiantou.

O comissário da Habitação disse ainda que "não há nenhum Estado-membro que não se queixe de ter problemas" nesta área.

A posição surge numa altura em que o executivo comunitário estuda formas de financiamento e quer rever as apertadas regras da UE para auxílios estatais para permitir medidas mais alargadas de apoio à habitação, nomeadamente para a eficiência energética e a habitação social.

No que toca ao financiamento, Bruxelas admite recorrer às verbas da coesão e do fundo de solidariedade, além do orçamento da UE a longo prazo e de montantes nacionais.

A habitação é uma competência dos Estados-membros.

Em 2023, cerca de um em cada 10 europeus gastava 40% ou mais do seu rendimento em habitação e custos conexos.

A União Europeia enfrenta uma acentuada crise de habitação, em países como Portugal, onde os preços das casas e das rendas têm aumentado significativamente, tornando difícil chegar à habitação acessível, especialmente para jovens e famílias de baixos rendimentos.

A situação é agravada por fatores como a falta de disponibilidade devido ao turismo, a pouca oferta e a especulação imobiliária, principalmente em Lisboa e no Porto.

O Governo português tem implementado algumas medidas nos últimos anos, como o apoio à compra de casa, o aumento da oferta de habitação pública e a regulação do mercado de arrendamento.

[Notícia atualizada às 15h40]

Leia Também: Governo dos Açores mantém foco no crescimento económico da região

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