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Taxas de juro vão mexer? É dia de decisão do BCE e isto é o que se prevê

Os mercados e analistas preveem que o BCE mantenha a taxa de juro dos depósitos bancários em 2%, valor considerado neutro para a zona euro, ou seja, que não estimula nem trava o crescimento económico.

Taxas de juro vão mexer? É dia de decisão do BCE e isto é o que se prevê

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Notícias ao Minuto com Lusa
11/09/2025 06:08 ‧ há 1 dia por Notícias ao Minuto com Lusa

O Banco Central Europeu (BCE) reúne-se, esta quinta-feira, e deverá manter as taxas de juro pela segunda reunião consecutiva, porque prevê que o crescimento continue e a inflação se mantenha estável.

 

Os mercados e analistas preveem que o BCE mantenha a taxa de juro dos depósitos bancários em 2%, valor considerado neutro para a zona euro, ou seja, que não estimula nem trava o crescimento económico.

O contexto do encontro do BCE

Esta reunião do BCE realiza-se depois da nova queda de um governo em França na segunda-feira e o recrudescimento das guerras da Rússia na Ucrânia, com o ataque à Polónia, e no Médio Oriente, com o ataque de Israel em território do Catar.

Luke Bartholomew, economista-chefe adjunto da Aberdeen Investments, afirma que tendo em conta que é quase certo que o BCE vai manter as taxas inalteradas, "as principais questões para os investidores serão quais os sinais que o BCE dará sobre a trajetória futura das taxas e como a sua política poderá interagir com a situação política que se desenrola em França".

O economista sénior da Generali AM, Martin Wolburg, considera que o processo de desinflação continua e espera que a inflação geral se estabilize abaixo de 2%.

Luke Bartholomew defende que "o ciclo de descidas das taxas chegou ao fim e, se houver alguma mudança, a mais provável será uma subida e não uma descida, embora isso só venha a acontecer num futuro distante, quando a flexibilização orçamental da Europa começar a fazer-se sentir".

O crescimento da zona euro é muito fraco, mas poderá recuperar no quarto trimestre com os estímulos orçamentais da Alemanha, os efeitos das descidas das taxas de juro levadas a cabo pelo BCE e uma certa recuperação do setor industrial, embora também possa não o fazer.

O acordo comercial entre os EUA e a União Europeia (UE) reduziu um fator de incerteza, mas a guerra da Rússia contra a Ucrânia intensificou-se depois do ataque à Polónia e também no Oriente Médio, depois do ataque de Israel ao território do Catar.

França preocupa?

A crise política em França continua devido à rejeição dos ajustes no orçamento, que tem um défice de cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) desde 2010.

Cada francês tem um défice anual de 2.400 euros e uma dívida de 55.000 euros, de acordo com dados do economista do Centro de Investigação Económica Europeia (ZEW) Friedrich Heinemann, que também é professor na Universidade de Heidelberg, no oeste da Alemanha.

A rejeição dos cortes orçamentais de 44.000 milhões de euros provocou a queda do Governo de François Bayrou, que será substituído pelo ministro da Defesa, Sébastien Lecornu.

A França está mergulhada numa grande instabilidade política há algum tempo, com a nomeação de cinco primeiros-ministros em menos de dois anos e protestos violentos nas ruas.

"França deveria poupar mais do que o que Bayrou tinha estabelecido. Se a população e os políticos em França negarem estas realidades, será perigoso, também para o BCE", para a estabilidade do euro e a solvência da Europa, alertou Heinemann.

Mas, por enquanto, a reação dos mercados tem sido contida, provavelmente porque preveem que o BCE irá intervir e comprar dívida soberana de França no mercado secundário, caso o prémio de risco francês dispare, apesar de França ter um processo de défice em aberto.

Na terça-feira, o euro chegou a aproximar-se dos 1,18 dólares, embora tenha posteriormente descido para 1,17 dólares, apesar de terem aumentado as apostas de que a Reserva Federal (Fed) irá baixar as suas taxas de juro em 50 pontos base na próxima semana, devido ao facto de o mercado de trabalho estar mais fraco do que era previsto.

O BCE publicará novas previsões macroeconómicas de inflação e crescimento. Em junho, os economistas do BCE previram um crescimento de 0,9% em 2025, 1,1% em 2026 e 1,3% em 2027, com uma inflação de 2% em 2025, 1,6% em 2027 e 2% em 2027.

Leia Também: BCE deverá voltar a manter na quinta-feira as taxas diretoras

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