"A ASPTC não se disponibiliza a participar no circo mediático em que se transformou o fatídico acidente recentemente ocorrido no elevador da Glória", afirmou, em comunicado a Associação Sindical dos Trabalhadores da Carris e Participadas.
Para a organização representativa dos funcionários da transportadora, "qualquer disputa política ou comentário precipitado, sem que estejam devidamente apuradas as causas e eventuais omissões, apenas contribui para gerar ruído na opinião pública e no seio dos trabalhadores".
"Em memória do nosso colega e associado André Marques, não queremos, nem iremos contribuir para esse ruído. Contudo, reafirmamos que não deixaremos que as causas deste gravíssimo acidente sejam esquecidas", lê-se na nota.
A associação sindical assegurou que "continuará a lutar para que tragédias desta dimensão não se repitam" na empresa, detida a 100% pela Câmara de Lisboa e responsável pelo transporte público rodoviário na área do município.
"Neste momento, a nossa voz dirige-se, antes de mais, às famílias das vítimas, a quem continuamos a apresentar as mais sentidas condolências e a manifestar a nossa solidariedade", salientou a direção da ASPTC, garantindo que, "quando as causas forem totalmente esclarecidas", atuará de "forma firme e responsável, em conformidade com a gravidade da situação".
O elevador da Glória, gerido pela Carris, liga a Praça dos Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.
O elevador descarrilou na quarta-feira, provocando 16 mortos - cinco portugueses, dois sul-coreanos, um suíço, três britânicos, dois canadianos, um ucraniano, um norte-americano e um francês -, identificados pela Polícia Judiciária e pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses.
Segundo as autoridades, registaram-se ainda 22 feridos.
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