"É uma grande honra. [...] Temos a certeza que iremos cumprir com nossas obrigações e esperamos iniciar a obra o mais rápido possível", afirmou o vice-presidente da Engil-Mota, Manuel António da Fonseca Vasconcelos da Mota, citado pelo portal G1.
A Mota-Engil, empresa que conta com uma importante participação acionista da gigante chinesa CCCC, venceu a espanhola Acciona no leilão de concessão realizado na bolsa de São Paulo ao oferecer um desconto maior sobre a contrapartida pública que deverá receber anualmente do Governo de São Paulo.
A obra prevê um investimento de 6,8 mil milhões de reais (1,073 mil milhões de euros) que a concessionária realizará numa parceria público-privada com o Ministério dos Portos e Aeroportos do Brasil e com o Governo regional do estado de São Paulo.
A empresa portuguesa, que terá direito a cobrar portagens, ofereceu um desconto de 0,50% sobre o valor que receberá anualmente do Governo de São Paulo pela prestação dos seus serviços ao organismo público durante 24 anos.
As regras do concurso previam que o vencedor seria a empresa que cobrasse a menor contrapartida pública anual, abaixo de um máximo fixado de 438,3 milhões de reais (cerca de 69,03 milhões de dólares) por ano.
Além da contrapartida pública, o vencedor do leilão terá direito a cobrar uma portagem de 6,15 reais (cerca de um euro) por cada veículo que utilizar o túnel durante o período de concessão.
Do investimento necessário para a construção, a maior parte será dividida entre o Governo federal do Brasil e o Governo de São Paulo (810 milhões de euros), enquanto a concessionária terá que contribuir com 1,66 milhões de reais (cerca 261 milhões de euros).
O túnel de 1,5 quilómetros de extensão, dos quais 870 submersos num canal oceânico de acesso ao maior porto do Brasil, ligará a cidade portuária de Santos à turística Guarujá e terá faixas para automóveis, camiões e autocarros, bem como para um elétrico, além de um espaço para pedestres e ciclistas.
A sua construção permitirá que os automóveis reduzam para apenas cinco minutos uma travessia que atualmente dura uma hora por uma estrada de 43 quilómetros ou 18 minutos de navegação em ferry, sem contar com o tempo perdido nas filas.
Atualmente, uma média de 21.000 veículos, 7.700 ciclistas e 7.600 pedestres cruzam o canal diariamente nas balsas que oferecem o serviço.
Este serviço, no entanto, está condicionado às condições climáticas e ao facto de nenhum navio estar a atravessar o canal em direção ao porto de Santos, uma vez que as balsas têm que dar prioridade ao movimento portuário.
O Governo optou por um túnel submerso no lugar de uma ponte precisamente devido à altura dos navios que operam em Santos, o maior porto do Brasil.
A previsão é que a construção do túnel seja iniciada em 2026 e que o túnel entre em operação em 2030.
Leia Também: Bolsa de Lisboa fecha no 'vermelho' com Mota-Engil a perder 1,73%
