O Governo prevê uma dívida pública abaixo dos 90% do produto interno bruto (PIB) no próximo ano, bem como um crescimento da economia "pouco acima dos 2%, ou em torno dos 2%" ainda este ano. Além disso, estima também um excedente orçamental de 0,1%.
Estas informações foram divulgadas esta quarta-feira pelo Livre, após uma reunião com o Executivo, que decorreu na Assembleia da República.
Em declarações aos jornalistas, o porta-voz do Livre Rui Tavares afirmou que o Executivo PSD/CDS-PP prevê um crescimento da economia "pouco acima dos 2%, ou em torno dos 2%" ainda este ano.
"Este era um Governo que dizia que era fácil crescer acima dos 3%, aparentemente não é fácil crescer acima dos 3%", criticou.
O deputado do Livre afirmou ainda que o Governo prevê também um excedente orçamental de 0,1%, valor que considerou escasso e classificou como "um saldo nulo".
O Governo iniciou esta quarta-feira um conjunto de reuniões na Assembleia da República com os partidos para, entre outras matérias, discutir o Orçamento do Estado para 2026, conforme tinha anunciado o ministro dos Assuntos Parlamentares.
Em conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, Carlos Abreu Amorim afirmou que estas reuniões servirão para o ministro das Finanças "divulgar as grandes opções orçamentais".
Os encontros começaram hoje e prolongam-se pelos dias seguintes.
Abreu Amorim precisou que não se trata de negociações, mas sim do início de um "périplo com os grupos parlamentares e deputados únicos sobre várias questões", entre as quais o orçamento do próximo ano, e que contará também com a presença de outros ministros.
O calendário para os próximos dias
Esta quinta-feira, o Governo reúne-se com o PS, às 17:00, e no dia 10 com o PCP, às 16:30.
Além do ministro das Finanças, estarão também presentes os ministros da Presidência, Economia e Coesão Territorial e Assuntos Parlamentares.
A mesma nota refere que a reunião terá também como "temas centrais", além das principais opções orçamentais, a lei de estrangeiros e a lei da nacionalidade, a posição do Governo relativamente ao conflito no Médio Oriente e a criação de novas freguesias.
Questionado sobre as expectativas para as negociações, Abreu Amorim disse esperar que sejam mais fáceis do que as do ano passado, sublinhando que isso "traria tranquilidade à sociedade portuguesa" e seria importante numa "lógica de acalmação" que considera necessária na política do país.
"Isso seria ótimo, mas isso são vaticínios, são prognósticos e como alguém já disse, os prognósticos às vezes convém que sejam feitos um bocadinho depois, nomeadamente no fim do jogo e eu não os queria fazer já, mas espero que sim, é a minha esperança que isso [negociações mais fáceis] venha a acontecer", afirmou.
O líder do PS, José Luís Carneiro, abordou este convites, depois de terem sido noticiados pelo jornal Público, realçando que o líder parlamentar socialista está a acompanhar o assunto e que achou "muito bem que esses encontros se possam realizar e que sejam construtivos".
Leia Também: OE2026. Livre afirma que Governo prevê dívida pública abaixo dos 90%