De acordo com os dados da agência de notícias financeiras Bloomberg, às 01h24 (hora de Lisboa), o preço do ouro atingiu um novo máximo de 3.546,96 dólares (3.047,87 euros) por onça (equivalente a 31,1 gramas).
Também a prata tem vindo a ser negociada em novos máximos, tendo ficado esta madrugada muito perto dos 41 dólares (35,19 euros) por onça.
Os especialistas explicam que o preço dos metais preciosos está a ser impulsionado pelas crescentes expectativas de um corte da taxa de juro por parte da Reserva Federal (Fed) dos EUA, conhecida por Fed, que se reunirá nos dias 16 e 17 de setembro.
Analistas apontam também para a fraqueza do dólar norte-americano, além da elevada volatilidade macroeconómica e geopolítica, incluindo a independência da própria Fed.
A justiça dos Estados Unidos ainda não se pronunciou sobre o destino de Lisa Cook, governadora do banco central norte-americano, que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer despedir, ameaçando assim a independência da instituição.
A decisão de Trump ocorre após ter atacado repetidamente o presidente da Fed, Jerome Powell, e os demais membros do comité de definição de política monetária por não cortarem a taxa de juro de referência.
Perante uma economia norte-americana em dificuldades, o mercado espera, de qualquer forma, um corte de 0,25 pontos percentuais na próxima reunião da Fed, a 16 e 17 de setembro.
Uma expectativa que enfraquece o dólar e os rendimentos das obrigações, também considerados portos seguros.
Um tribunal federal de recurso dos EUA decidiu na sexta-feira que grande parte das tarifas impostas por Donald Trump às importações é ilegal.
Este anúncio beneficia o ouro porque "introduziu uma nova dose de incerteza nos mercados, que só poderá ser resolvida por uma futura decisão do Supremo Tribunal", disse na terça-feira Russ Mould, analista da empresa de investimento AJ Bell.
A confirmar-se, tal decisão poderá beneficiar os ativos norte-americanos a longo prazo. Mas, a curto prazo, leva muitas empresas a hesitar em investir.
O preço do ouro também foi "sustentado pela persistente inflação" nos Estados Unidos em agosto, acrescentou na terça-feira Ole Hansen, analista do banco Saxo Bank.
Desde o início do ano, o valor do ouro aumentou cerca de um terço, por entre incertezas geopolíticas - face às guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza - e comerciais, devido à guerra tarifária lançada por Trump.
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