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Conserveiras rejeitam culpas pela falta de espaço para armazenar atum

A indústria conserveira dos Açores rejeitou hoje que lhe sejam imputadas responsabilidades pela falta de espaço de armazenamento para o atum capturado na região e lembrou que as fábricas é que ajudam a financiar os entrepostos frigoríficos da Lotaçor.

Conserveiras rejeitam culpas pela falta de espaço para armazenar atum

© Lusa

Lusa
28/08/2025 17:55 ‧ há 3 horas por Lusa

Economia

Açores

"Nós pagamos à Lotaçor a congelação, que são 50 euros por tonelada, pagamos as taxas de acompanhamento, as taxas de empilhador, taxas e taxinhas que nunca mais acabam, e ainda pagamos 35 euros por tonelada de pescado que ficar armazenado nos frigoríficos da Lotaçor", explicou Rogério Veiros, da associação "Pão do Mar", que representa a indústria conserveira dos Açores.

 

Segundo o representante dos industriais açorianos, os valores atualmente cobrados pela empresa de lotas dos Açores pelo armazenamento do atum nos seus entrepostos frigoríficos "ficam acima da média daquilo que é praticado em toda a Península Ibérica".

Os armadores da pesca de atum nos Açores têm vindo a queixar-se da falta de espaço para armazenar o atum bonito, que tem surgido em grandes quantidades no mar do arquipélago, mas os entrepostos frigoríficos da Lotaçor estão praticamente lotados de peixe, situação que tem provocado constrangimentos à produção.

Já esta semana, a administração da Lotaçor -- empresa de lotas dos Açores, divulgou um esclarecimento, onde refere que a falta de espaço nos entrepostos frigoríficos deve-se, essencialmente, a dois fatores: a abundante safra de atum, uma das melhores da última década, mas também à reduzida capacidade de laboração das conserveiras, que é muito inferior ao volume das descargas.

"Da mesma forma que a Lotaçor não é a causa deste constrangimento, também não é, por si só, a solução para o mesmo", refere o mesmo comunicado da Lotaçor, adiantando que "esta é uma questão que tem de ser debatida com todo o setor", incluindo a produção, a comercialização e a indústria, sob a orientação da Secretaria Regional do Mar e das Pescas.

A associação "Pão do Mar" lembrou que a indústria conserveira açoriana investiu "como nunca" na atual safra de atum, adquirindo e armazenando grandes quantidades de bonito, e propõe que o Governo Regional crie "descontos" para o congelamento de pescado nos entrepostos frigoríficos, para ajudar a fomentar o setor das pescas, que considera estar a ser desprezado.

"Verificamos, com alguma tristeza, que, quando o senhor presidente da Federação Agrícola dos Açores grita, quando acontece algo na Agricultura, chovem milhões de euros no orçamento agrícola. Quando existe uma alteração dos fluxos turísticos e os hotéis deixam de ter turistas, aparecem mais companhias 'low cost' a voar para os Açores, certamente com apoios da Região, mas para o setor das pescas, o que assistimos nos últimos anos, é uma diminuição das verbas orçamentadas, que nem dá para pagar os compromissos assumidos com a indústria", acusou Rogério Veiros.

O secretário regional do Mar e das Pescas, Mário Rui Pinho, já tinha dito, na semana passada, em declarações aos jornalistas, que é preferível ter os entrepostos frigoríficos da região cheios de atum, o que significa que a este ano a safra foi "excecional", do que tê-los vazios, como aconteceu em anos anteriores.

"É mau termos os entrepostos cheios? Eu acho que é um sucesso! Se nós temos os entrepostos cheios, significa que capturámos muito peixe e significa que fomos capazes de armazenar a totalidade das nossas capacidades", lembrou o governante, adiantando que "resta saber se a gestão financeira dos armadores" foi, ou não, bem feita.

Os entrepostos frigoríficos dos Açores, geridos pela Lotaçor, possuem uma capacidade de armazenagem total de cerca de 5.500 toneladas de pescado, mas atualmente, estão praticamente lotados com várias espécies de atum: bonito, patudo, rabilho, voador e albacora.

Leia Também: Portugal esgota quota de atum patudo e pesca fica proibida

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