O ministro da Economia defendeu hoje que o Governo está "manifestamente mais empenhado" em acabar com os incêndios do que o PS esteve, mas sublinhou que este é um problema que só se resolverá a longo prazo.
"O Partido Socialista esteve no poder até 2024 e viram-se poucos resultados. Este Governo está manifestamente mais determinado na ação. Temos mais meios utilizados no combate, mais aviões, mais operacionais no terreno", afirmou o ministro da Economia e da Coesão Territorial, Castro Almeida, em entrevista à RTP3.
Ainda assim, o ministro admitiu que o Governo poderia ter feito mais, apesar de ressalvar que este é um trabalho que tem de ser feito a longo prazo.
Castro Almeida assegurou que o executivo nunca subestimou este problema, precisando que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, estão conscientes do risco "que houve e ainda há".
Questionado se não deveriam ser retiradas consequências políticas desta situação, o ministro vincou que "o Governo tem de fazer o seu trabalho" e, para que isso aconteça, precisa de tempo.
Instado a comentar o "desaparecimento" da ministra da Administração Interna, Castro Almeida garantiu que Maria Lúcia Amaral tem "estado a trabalhar muito".
Relativamente aos prejuízos causados pelos incêndios, o ministro disse ainda não ser possível calcular um número exato, tendo em conta que ainda está a ser feito um levantamento.
Contudo, tendo por base os contactos que tem feito com os autarcas, afirmou que o prejuízo será muito mais elevado do que aquele que foi registado no ano passado.
Segundo os dados avançados pelo governante, em 2024 os prejuízos que foram objeto de indemnização pelo Estado foram inferiores a 100 milhões de euros.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou na quinta-feira, em Viseu, onde decorreu o Conselho de Ministros extraordinário, um "novo instrumento legislativo" a adotar, a partir de agora, em circunstâncias similares às que o país viveu nas últimas semanas.
Entre as 45 medidas aprovadas está um apoio financeiro para a "rentabilização do potencial produtivo agrícola e um apoio excecional aos agricultores para a compensação dos prejuízos, mesmo através de despesas não documentadas", até ao máximo de 10.000 euros, bem como um plano para a floresta, a executar até 2050.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos provocaram quatro mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss, um helicóptero Super Puma e dois aviões Canadair.
Segundo dados oficiais provisórios, até 23 de agosto arderam cerca de 250 mil hectares no país.
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