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Investimento direto está em terreno negativo, mas há uma explicação

O investimento direto do exterior totalizou um valor negativo de 400 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, quando no mesmo período de 2024 a aposta tinha sido positiva em 3.500 milhões de euros.

Investimento direto está em terreno negativo, mas há uma explicação

© Zed Jameson/Bloomberg via Getty Images

Lusa
26/08/2025 14:01 ‧ há 3 horas por Lusa

O investimento direto estrangeiro em Portugal passou para terreno negativo no primeiro semestre, porque neste período as empresas reduziram dívida em relação a entidades do mesmo grupo no exterior, indicam dados do Banco de Portugal.

 

Segundo uma nota estatística publicada hoje, o investimento direto do exterior totalizou um valor negativo de 400 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, quando no mesmo período de 2024 a aposta tinha sido positiva em 3.500 milhões de euros.

A diminuição, explica o Banco de Portugal, deve-se "sobretudo à redução da dívida de entidades residentes perante empresas não residentes do mesmo grupo económico", num valor de 1.600 milhões de euros.

"Esta redução é principalmente explicada por uma mudança destes passivos para a categoria funcional de "investimento de carteira", uma vez que, segundo a metodologia estatística em vigor, se deixou de verificar uma relação de investimento direto", sustenta o banco central.

A posição das empresas controladas por investidores espanhóis explica a trajetória dos primeiros seis meses do ano.

Segundo o BdP, houve uma "redução de investimento proveniente de Espanha (-2,1 mil milhões de euros), que foi parcialmente compensada por aumentos do investimento da Suíça (+0,8 mil milhões de euros), dos Estados Unidos da América (+0,3 mil milhões de euros), da Itália (+0,2 mil milhões de euros) e da Bélgica (+0,2 mil milhões de euros)".

Os rendimentos pagos a não residentes, por via dos investimentos realizados em Portugal, chegaram a 5.000 milhões de euros no primeiro semestre, ficando 100 milhões de euros acima do montante do período homólogo.

Já os rendimentos recebidos em Portugal provenientes de não residentes totalizaram 1.800 milhões de euros, baixando em 100 milhões face ao primeiro semestre do ano passado.

O investimento direto de Portugal no estrangeiro foi de 2.600 milhões de euros, superior em 200 milhões em relação ao mesmo período do ano passado. Os principais destinos foram países europeus, em especial Espanha e Países Baixos (com investimentos de 700 milhões de euros em cada território), e França (com 500 milhões).

A nota do BdP inclui uma comparação internacional dos dados de investimento direto, indicando que "entre 2008 e 2024, o peso do investimento direto do exterior na economia portuguesa foi, em média, 15 pontos percentuais superior ao registado para o conjunto dos países da Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE)".

Já quando se compara com a média dos países da UE, "Portugal apresentou valores inferiores em todos os anos compreendidos entre 2008 e 2023, com exceção de 2013 e 2014". No entanto, em 2024, "apesar da ligeira queda no peso do IDE no PIB, a economia portuguesa registou um valor 5 pontos percentuais superior ao da média da UE", refere o BdP.

"A globalização que teve lugar nas últimas décadas contribuiu para um crescimento significativo do peso do investimento direto estrangeiro na generalidade das economias. Em Portugal, no final de 2024, o stock de investimento direto do exterior (IDE) representava 69% do PIB, o que corresponde a um aumento de 37 pontos percentuais (pp) relativamente ao valor registado em 2008 (32% do PIB)", indica o banco central.

No mesmo período, o 'stock' de IDE na OCDE passou de 25% para 53% do PIB e na UE subiu de 36% para 64%.

"Em 2024, Portugal apresentava um dos 'stocks' de IDE em percentagem do PIB mais elevados entre os 27 países da OCDE analisados. Era apenas superado pelo Luxemburgo (1227%), Países Baixos (214%), Suíça (94%), Estónia (83%) e Bélgica (69%). Em relação a 2019, Portugal registou um aumento nos stocks de IDE de 2,7 pp do PIB, semelhante ao verificado para a média da OCDE (2,6 pontos percentuais). Em contraste, no mesmo período, a média da UE apresentou um decréscimo significativo do IDE (-11,5 pontos percentuais do PIB)", refere ainda o banco central.

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