A paralisação, convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Setores Alimentar, Bebidas, Agricultura, Aquicultura, Pesca e Serviços Relacionados (STIAC), decorreu esta manhã junto às instalações da Sumol+Compal, em Almeirim, e registou uma adesão de cerca de 50% nos turnos da noite e da manhã.
Em declarações à Lusa, Marcos Rebocho, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Alimentar (STIAC), referiu que a paralisação permitiu aprovar e entregar à administração uma moção que sintetiza as exigências dos trabalhadores, entre as quais se destacam o aumento dos salários, a atualização do subsídio de alimentação e a negociação do contrato coletivo de trabalho.
"Estas reivindicações já constavam do caderno reivindicativo apresentado no início de 2025, mas não houve qualquer avanço por parte da administração", afirmou Marcos Rebocho à Lusa, sublinhando que o contrato coletivo, suspenso desde 2009, precisa de ser atualizado.
"É neste documento que se definem questões fundamentais como os aumentos dos subsídios, a progressão na carreira e a valorização do trabalho noturno", acrescentou.
Os trabalhadores decidiram ainda agendar uma reunião no Ministério do Trabalho com a associação patronal do setor das águas, sumos e refrigerantes, com o objetivo de retomar as negociações deste contrato.
"A ideia é que a associação patronal dê início às negociações. Se tivermos um contrato atualizado, mais fácil é os trabalhadores verem melhorados os seus salários e direitos, nomeadamente no que diz respeito aos horários e aos subsídios noturnos", acrescentou o dirigente sindical.
Para além da moção reivindicativa, os trabalhadores agendaram ainda uma nova greve para o dia 08 de outubro e a realização de um plenário no dia 29 de setembro, já fora do período de férias, com o objetivo de "mobilizar um maior número de trabalhadores".
Presente na concentração, Vítor Martins, trabalhador da Sumol+Compal e dirigente do STIAC, afirmou à Lusa que após a greve realizada em maio, a empresa avançou apenas com "ajustes simbólicos", como o pagamento da hora noturna entre as 07h00 e as 08h00 e um aumento residual do subsídio de turno, medidas que, na sua perspetiva, "não resolvem os problemas estruturais dos trabalhadores".
A Sumol+Compal é uma das principais empregadoras da região de Almeirim, e os trabalhadores têm vindo a manifestar descontentamento crescente, com paralisações regulares desde 2023.
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