As perdas nos primeiros seis meses do ano contrastaram com lucros no mesmo período de 2024 de 2,073 mil milhões de reais (325,7 milhões de euros), de acordo com o comunicado enviado ao mercado pela empresa esta quarta-feira.
Segundo o balanço financeiro, excluindo os efeitos extraordinários, principalmente um ajuste contabilístico de ativos determinado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel, regulador), a empresa obteve no semestre um lucro líquido ajustado de 1,389 mil milhões de reais (218,2 milhões de euros).
Segundo a Eletrobras, o resultado sofreu um impacto de 3,4 mil milhões de reais (cerca de 622,8 milhões de dólares) com o ajuste nos contratos de transmissão promovido pela Aneel, um evento não recorrente, determinado por mudanças na metodologia de cálculo das receitas das empresas de energia elétrica.
A empresa obteve no segundo trimestre perdas de 1,330 mil milhões de reais (208,9 milhões de euros) como consequência do referido ajuste, que contrastaram com os lucros de 1,740 mil milhões de reais (cerca de 273,35 milhões de euros) do mesmo período de 2024.
Excluindo os efeitos extraordinários, o lucro líquido ajustado no segundo trimestre foi de 1,469 mil milhões de reais (cerca de 230,8 milhões de euros), 43,3% superior ao do mesmo período do ano passado.
O aumento do lucro trimestral ajustado permitiu que a empresa líder em geração e transmissão de energia no Brasil anunciasse que distribuirá este mês aos seus cerca de 240.000 acionistas dividendos extraordinários no valor de 4.000 milhões de reais (cerca de 628,4 milhões de euros).
A empresa já havia distribuído no início do ano 4,1 mil milhões de reais (644,1 milhões de euros) em dividendos, a terceira maior retribuição da sua história.
Os investimentos no segundo trimestre totalizaram 1,966 mil milhões de reais (308,9 milhões de euros), um aumento de 116% em relação aos primeiros três meses do ano e praticamente sem variação em relação ao mesmo período de 2024.
De acordo com o balanço, as despesas da empresa caíram 4% no período, para o que contribuiu a redução de 10% no quadro de funcionários nos últimos doze meses.
A dívida bruta da empresa situou-se em 70.290 milhões de reais (11 mil milhões de euros), com uma redução de 0,74% em relação ao mesmo mês do ano passado.
De acordo com o balanço, com 47 centrais hidroelétricas, 33 eólicas, uma solar e apenas uma térmica, que lhe permitem gerar quase 99% da energia a partir de fontes renováveis, a empresa tinha em junho uma capacidade instalada para produzir 44.368 megawatts de energia.
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