Confederação pede apoios "sem demoras" para os agricultores

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) manifestou hoje solidariedade para com todos os que foram afetados pelos incêndios a lavrar em Portugal continental, pedindo ao Governo que "garanta, sem demoras" e com eficácia, apoios financeiros para ressarcir agricultores.

Forest fire in Ponte da Barca

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Lusa
01/08/2025 13:11 ‧ ontem por Lusa

Economia

Incêndios

Em comunicado, o organismo lamenta "todas as perdas sofridas, de bens, potencial produtivo, biodiversidade", e endereça "uma palavra de conforto" a todos os que ficaram "sem o que tanto lhes custou a alcançar durante toda uma vida de trabalho".

 

A CNA refere a necessidade de "garantir, sem demoras, de forma desburocratizada e eficaz, apoios financeiros para ressarcir os pequenos e médios agricultores e produtores florestais afetados, e ajudas à alimentação dos animais no caso da destruição de pastagens e outras".

"Este é, sobretudo, o tempo do combate às chamas no terreno. Contudo, e para que as populações não sejam ainda mais penalizadas, o Governo deve mobilizar de forma célere os meios necessários para o apuramento dos prejuízos sofridos e da perda do potencial produtivo", apela.

A CNA espera que, em colaboração com os produtores florestais, o Governo PSD/CDS-PP promova a criação de parques de receção e comercialização das madeiras salvas dos incêndios, "com preços mínimos, por forma a conseguir algum rendimento aos pequenos e médios produtores afetados, para limpar as matas e proteger o ambiente e recursos como a água e os solos".

Além das medidas mais imediatas para minimizar os "nefastos efeitos dos incêndios que ciclicamente" assolam o país, é referida a necessidade de se "ir muito além de planos e anúncios de sucessivos Governos".

"Há que implementar no terreno as medidas necessárias à boa gestão florestal, a começar pelo combate aos baixos preços impostos à produção florestal, que são a grande razão para o estado atual de muitos milhares de hectares", pode ler-se na nota.

A CNA lembra ainda já ter denunciado que "a brutal dimensão destes incêndios vem confirmar a gravidade do erro que constitui a redução drástica (-44%) de apoios à floresta no âmbito da terceira reprogramação do Plano Estratégico da PAC (PEPAC) para 2023-2027, decidida pelo Governo e pelo ministro da Agricultura contra a opinião de todos os agentes do setor".

O executivo, recorda, decidiu "o preocupante corte (-38%) nas verbas destinadas à agricultura e à floresta que constam da proposta da Comissão Europeia para o Quadro Financeiro Plurianual 2028-2034".

Desde segunda-feira, muitos incêndios rurais têm afetado o continente português, em especial as regiões Norte, Centro e Alentejo. As chamas obrigaram à evacuação de aldeias.

Entre bombeiros e civis, várias pessoas foram assistidas, sem registo de feridos graves. Não há também indicação de habitações destruídas, mas arderam áreas florestais, agrícolas e pecuárias, bem como anexos e similares.

Num balanço feito à Lusa cerca das 07:30 de hoje, Pedro Araújo, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), referiu que os incêndios mais significativos da manhã eram em Ponte da Barca (distrito de Viana do Castelo) e em Penafiel (Porto), estando dominados ou em rescaldo os fogos de Arouca (Aveiro) e Paredes (Porto).

Os incêndios em Penafiel e Ponte da Barca tinham então, cada um, duas frentes ativas que obrigaram os bombeiros a proteger habitações.

De acordo com a ANEPC, o fogo de Ponte da Barca, que lavra desde sábado, mobilizava 639 operacionais apoiados por 216 meios terrestres e três meios aéreos às 12:40.

Quanto ao incêndio de Penafiel, tinha à mesma hora no terreno 207 elementos das forças de segurança e socorro, 62 viaturas e dois meios aéreos, encontrando-se já em resolução.

Leia Também: Após fogos, Passadiços do Paiva em Arouca reabrem parcialmente no sábado

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