Álvaro Santos Pereira será o novo governador do Banco de Portugal

O Governo acaba de anunciar o nome do novo governador do Banco de Portugal. Álvaro Santos Pereira será o novo governador do Banco de Portugal vai substituir Mário Centeno no cargo.

Álvaro Santos Pereira

© Reuters

Andrea Pinto com Lusa
24/07/2025 14:13 ‧ ontem por Andrea Pinto com Lusa

Economia

BdP

O ministro da Presidência anunciou, no final do Conselho de Ministros desta quinta-feira, que Álvaro Santos Pereira será o novo governador do Banco de Portugal.

 

"Economista-chefe da OCDE, doutorado e com uma carreira académica internacional, é o economista principal de uma das organizações mais importantes a nível global”, disse António Leitão Amaro, acrescentando que o antigo ministro da Economia do governo de Passos Coelho é “um profundo conhecedor da economia portuguesa e mundial e conhecedor do sistema financeiro”.

Leitão Amaro teceu vários elogios ao homem escolhido para substituir Mário Centeno, considerando que “tem mérito próprio” e que se trata de um “economista independente na sua área” e que “Portugal tem muita honra por ter um português de sucesso lá fora”.

Antes de terminar o seu discurso, o ministro disse ainda ser “momento de agradecer” a quem agora sai, considerando que é momento do Banco de Portugal ter “sangue novo, com uma liderança de grande credibilidade e competência”.

"Entendemos que escolhemos alguém que é melhor para o cargo", explicou Leitão Amaro. "Entendemos que o professor Álvaro Santos Pereira serve melhor os objetivos que se pretendem para um banco central -- que é a autoridade de supervisão e tem responsabilidades de estudos, tem responsabilidades estatísticas, que é parte do Eurosistema, do Mecanismo Europeu de Supervisão -- e essas características que nos fizeram fazer essa escolha são as várias que eu referi. É melhor escolha e é a melhor escolha, por ser independente: não vem nem de dentro do banco, nem vem de um governo", justificou-se.

BdP?

BdP? "Escolhemos alguém que entendemos que é melhor para o cargo"

António Leitão Amaro indicou esta quinta-feira aos jornalistas que a escolha de Álvaro Santos Pereira - e a não recondução de Mário Centeno - tem que ver apenas com as qualidades do ex-ministro da Economia de Passos Coelho.

Anabela Sousa Dantas | 14:26 - 24/07/2025

Confrontado com o facto de Santos Pereira ter sido ministro no governo de Passos Coelho, Leitão Amaro justificou que o economista não está a assumir o cargo vindo diretamente do exercício de funções governativas, ao contrário do que sucedeu com Mário Centeno, que foi designado governador imediatamente depois de ser ministro das Finanças do executivo do qual fazia parte.

Na OCDE, Álvaro Santos Pereira começou por ser diretor de estudos nacionais no Departamento de Economia, cargo que assumiu em 2014, posteriormente à saída do Governo português. Em 2024, foi nomeado economista-chefe, substituindo Clare Lombardelli.

De nacionalidade portuguesa e canadiana, foi professor de Desenvolvimento Económico e Política Económica na Universidade Simon Fraser e professor na Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, e professor na Universidade de York, no Reino Unido.

Segundo a Lei Orgânica do Banco de Portugal, o governador e os restantes membros do Conselho de Administração são designados por resolução do Conselho de Ministros, sob proposta do membro do Governo responsável pela área das Finanças e após parecer fundamentado da comissão competente da Assembleia da República. Exercem os respetivos cargos por um prazo de cinco anos, renovável por uma vez e por igual período.

O mandato de Mário Centeno terminou a 19 de julho deste ano, mas, como o executivo de Luís Montenegro não anunciou o sucessor antes dessa data, o governador ainda se encontra em funções.

Leitão Amaro agradeceu a Mário Centeno "o exercício da sua função" e referiu que o atual governador "é hoje e continuará a ser [governador] nos próximos dias até ser substituído".

Ao longo do mandato, foram vários os momentos de tensão entre o governador e o Governo, e, a dias da escolha do novo nome, o executivo decidiu pedir uma auditoria à Inspeção Geral de Finanças (IGF) sobre o processo de construção do novo edifício do Banco de Portugal na cidade de Lisboa.

A decisão surgiu depois de o jornal 'online' Observador ter noticiado na segunda-feira, 21 de julho, que o valor das futuras instalações nos terrenos da antiga Feira Popular, em Entrecampos, será superior aos 191,99 milhões de euros consagrados no contrato de compra e venda, celebrado em maio entre o Banco de Portugal e a Fidelidade. O valor ali definido refere-se apenas às obras estruturais, estimando o jornal que o custo total possa subir para 235 milhões de euros.

Ao anunciar a auditoria na terça-feira, 22 de julho, "em virtude das notícias sobre o novo edifício", o gabinete do ministro das Finanças disse que o faz "para defesa da instituição [o Banco de Portugal] e em total respeito pela sua independência".

Acompanhe o momento do anúncio em direto: 

[Notícia atualizada às 15h03]

Leia Também: Novo governador do Banco de Portugal deverá ser conhecido hoje

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