No encerramento das jornadas parlamentares PSD/CDS-PP, que decorreram em Évora, Luís Montenegro voltou a defender a opção do Governo pela reprivatização de 49,9% da companhia área, um processo lançado na semana passada.
"A minha expectativa é que não vão aparecer apenas aquelas três entidades que têm sido referidas na comunicação social. A minha expectativa é que, mesmo noutras geografias, outros grandes grupos de aviação terão pelo menos interesse, depois que se vão concretizar propostas, isso ninguém sabe. Vamos aguardar, o mercado falará", disse.
Originalmente estatal, a TAP foi parcialmente privatizada em 2015, mas o processo foi revertido em 2016 pelo governo de António Costa, que retomou 50% da empresa.
No ano passado, o executivo de Luís Montenegro retomou o tema e manifestou intenção de avançar com a alienação de uma participação minoritária em 2025, processo lançado a 11 de julho. Desde então, têm decorrido negociações com grandes grupos europeus como a Air France-KLM, Lufthansa e IAG.
Montenegro considerou que, sem esta opção de reprivatização, a TAP "dificilmente se conseguirá aguentar", embora reiterando que o Governo não fará uma venda "a qualquer preço" se não aparecer uma "proposta condigna", cenário que não antevê.
O primeiro-ministro reiterou que o entendimento do Governo é que "não é vida continuar a atirar dinheiro" para TAP, mas defendeu que dizer isto não diminui o potencial da empresa.
"Ao mesmo tempo diz-se que, com a sua integração numa operação mais ampla, com outra capacidade de gestão e outro modelo de desenvolvimento de negócio, de facto, esta companhia tem um elevado potencial", defendeu.
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