De acordo com o AHP Hotel Snapshot, hoje divulgado, os proveitos totais ascenderam a 956 milhões de euros, mais 5% do que no mesmo período do ano anterior. O desempenho foi influenciado pelo calendário da Páscoa, que em 2025 ocorreu em abril.
O mercado interno foi o principal motor do crescimento, com subidas de 5% no número de hóspedes residentes e de 3% nas dormidas. Entre os não residentes, o número de hóspedes manteve-se praticamente estável (mais 0,2%), mas as dormidas recuaram 2%.
As regiões da Península de Setúbal e dos Açores destacaram-se, com crescimentos de 10% em hóspedes e 7% em dormidas. A Madeira liderou nos indicadores de rentabilidade, com uma taxa de ocupação de 71% (mais 3 pontos percentuais), tarifa média de quarto (ARR) de 103 euros (mais 16%) e receita por quarto disponível (RevPAR) de 73 euros (mais 21%).
Entre os principais mercados emissores, os Estados Unidos mantiveram uma evolução positiva (mais 2% em hóspedes e 1% em dormidas), enquanto a Polónia registou o maior crescimento percentual (mais 26% em ambos os indicadores), embora com peso ainda reduzido. Espanha, Reino Unido e França registaram quebras, atribuídas ao efeito calendário.
No trimestre em análise, os aeroportos nacionais movimentaram 13,7 milhões de passageiros (mais 2%). Duas novas rotas -- Funchal/Amesterdão (EasyJet) e Lisboa/Varsóvia (LOT Polish Airlines) - tiveram impacto positivo no fluxo turístico.
Segundo o Banco de Portugal, o turismo representou 13% das exportações de bens e serviços no trimestre, com receitas de 4,9 mil milhões de euros (mais 4%). O Reino Unido manteve-se como principal mercado emissor, seguido da Alemanha (mais 4%) e dos Estados Unidos (mais 8%).
A AHP estima a abertura ou reabertura de 47 empreendimentos de turismo em espaço rural e de habitação, 11 hotéis, três parques de campismo e/ou caravanismo e um hotel-apartamento.
A vice-presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, destaca que "foi o mercado interno a impulsionar o setor hoteleiro", alertando que "as estadias mais curtas dos residentes não compensam totalmente o volume perdido nas dormidas dos mercados internacionais".
Os dados de abril e maio confirmam a tendência de crescimento da procura interna, o que "convida à reflexão", acrescenta a responsável.
A dirigente da AHP destaca ainda que o comportamento dos mercados internacionais, no primeiro trimestre, e nos meses referidos acima onde se registou novamente um crescimento homólogo, "é também sinal de vitalidade e, sem surpresas, que o posicionamento de Portugal nos mercados emissores não é uniforme, nem estático".
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