EDP inova com tecnologia que pode reduzir custos de parques solares

O projeto-piloto de automação para operação e manutenção de centrais fotovoltaicas, denominado Scale Up O&M e que deu agora os primeiros passos, está a ser desenvolvido no parque solar de Cruz de Hierro/Villacastín e combina drones com inteligência artificial.

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Lusa
01/07/2025 14:44 ‧ há 7 horas por Lusa

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A EDP está a testar em Espanha uma plataforma digital autónoma que poderá reduzir em até 80% os custos de manutenção dos parques solares e que pretende expandir a todos os ativos do grupo.

 

O projeto-piloto de automação para operação e manutenção de centrais fotovoltaicas, denominado Scale Up O&M e que deu agora os primeiros passos, está a ser desenvolvido no parque solar de Cruz de Hierro/Villacastín e combina drones com inteligência artificial, uma plataforma digital da EDP e robôs autónomos que operam de forma coordenada em tempo real.

A solução permite analisar dados operacionais e meteorológicos em tempo real, identificar sujidade ou vegetação que comprometa a produção de energia e intervir apenas onde necessário, substituindo a manutenção preventiva por ações localizadas, com ganhos de eficiência, sustentabilidade e segurança.

Segundo a EDP, a limpeza de painéis e o corte de vegetação representam mais de 20% dos custos operacionais de um parque solar, e a nova tecnologia poderá reduzir esses encargos em até 80%, dependendo das características locais de cada parque.

Além da poupança, a plataforma responde também à crescente dificuldade de contratação de mão de obra especializada, sobretudo em zonas remotas ou de difícil acesso.

"Pela primeira vez, testámos na EDP uma solução de operação e manutenção totalmente autónoma num parque solar -- um avanço que reforça o nosso compromisso com soluções concretas para acelerar a transição energética", explicou a administradora executiva da EDP, Ana Paula Marques, durante a apresentação do projeto no parque híbrido em Espanha.

"Esta inovação responde a um desafio cada vez mais evidente no setor: por um lado, uma procura em forte crescimento, com mais megawatts a chegar à rede. Por outro, uma oferta limitada por fatores demográficos e pela escassez de profissionais", acrescentou.

A empresa pretende replicar a solução nos parques solares que cumpram os critérios definidos, libertando as equipas para tarefas mais estratégicas, e reforçar o compromisso com a transição energética, segundo a responsável.

Essa inovação já está no terreno em funcionamento. Num campo extenso e silencioso às portas de Ávila, onde 50 mil painéis solares brilham sob o sol castelhano, a produção de energia renovável parece acontecer sozinha. E, em boa parte, acontece mesmo. Neste parque solar da EDP, com uma produção anual de 112 GWh -- o suficiente para abastecer cerca de 30 mil habitações --, é um exército invisível de tecnologia que mantém tudo a funcionar com precisão milimétrica.

Durante uma visita ao local, foi possível observar este novo modelo de operação e manutenção (O&M), onde o trabalho humano dá lugar à inteligência artificial, aos drones e aos robôs. Logo pela manhã, drones equipados com software avançado sobrevoam os painéis em busca de anomalias: manchas de sujidade, vegetação a mais, sombras inesperadas. Voam a uma velocidade de quatro metros por segundo e conseguem inspecionar os 25 mil painéis em apenas um a um dia e meio --- um trabalho que antes podia demorar até três meses, segundo Lisandro Molina, responsável de robótica da EDP, que conduziu a visita.

As imagens recolhidas são analisadas por algoritmos que cruzam a produção esperada, a posição dos painéis e as previsões meteorológicas para os sete dias seguintes, determinando se e onde é necessário intervir.

É então que entram em ação os robôs de limpeza e corte, que se deslocam autonomamente até aos pontos identificados. Um limpa os painéis, outro corta a vegetação que ameaça fazer sombra -- sempre com supervisão humana, como exige a lei. Nenhum passo é dado ao acaso: todas as decisões são orientadas por uma plataforma digital proprietária da EDP, que gere os dados em tempo real, graças a uma infraestrutura de comunicações montada no terreno.

Ao contrário do modelo tradicional, baseado em rondas periódicas e intervenções preventivas generalizadas, esta nova abordagem aposta em ações cirúrgicas e altamente direcionadas. O resultado é um processo mais eficiente, sustentável e inteligente, assegura a EDP.

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