O objetivo do Executivo catalão, disse, é o de "atuar com coerência, defendendo acima de tudo os interesses da Catalunha".
Illa referiu-se assim, nas redes sociais, à decisão da CNMC de autorizar a oferta pública de aquisição (OPA) do BBVA (Banco Bilbao Vizcaya Argentaria) sobre o Sabadell, por entender que os compromissos que o BBVA apresentou, em caso de êxito da OPA, são "adequados, suficientes e proporcionados" para solucionar os problemas que esta concentração bancária coloca à concorrência.
"Na Catalunha existe um modelo bancário enraizado no país, no seu tecido empresarial e nas suas empresas com compromisso social", avançou Illa.
A CNMC espanhola aprovou na quarta-feira, a compra do Sabadell pelo BBVA.
Após uma reunião que terminou pouco depois das 19:30 (hora de Espanha), a Câmara da Concorrência, composta por cinco membros, incluindo a presidente da CNMC, Cani Fernández, aprovou a decisão, por unanimidade.
Como a CNMC subordina o negócio ao cumprimento de compromissos ou condições, a decisão não é definitiva até que o Ministro da Economia, Carlos Cuerpo, decida não levar o assunto a Conselho de Ministros.
Dada a oposição do Governo à transação desde o início, presume-se que decidirá levar a questão ao Conselho de Ministros dentro do prazo de 15 dias estipulado por lei, embora o BBVA esteja confiante de que as condições da CNMC serão suficientes para resolver as preocupações do Governo.
A Lei da Concorrência de 2007 determina que essas condições devem ser devidamente justificadas por razões de interesse público distintas da concorrência, como a segurança nacional, a proteção ambiental ou a promoção da inovação, por exemplo.
Não há precedente de o Governo ter apertado as condições para uma fusão.
O Sabadell já reagiu à decisão da CNMC, criticando-a pela metodologia usada na análise do impacto no universo das pequenas e médias empresas (PME) da sua compra pela BBVA, a quem reclama mais transparência com os seus acionistas.
Depois de conhecer a decisão da CNMC -- autorização da OPA, lançada há quase um ano, com condições --, o gripo dirigido por César González-Bueno recordou, em comunicado, que se tem oposto durante todo o processo de análise da OPA à metodologia usada pela CNMC.
Por seu lado, também o presidente do BBVA, Carlos Torres, já reagiu à decisão da CNMC, salientando que os compromissos assumidos com esta favorecem a inclusão financeira, a coesão territorial e o crédito às PME e autonomias.
Em vídeo distribuído pelo próprio banco, o banqueiro insistiu que estes compromissos preservam a concorrência, especialmente nos territórios em que o grupo vai ter maior presença, designadamente a Catalunha.
O BBVA, que está presente em Portugal, anunciou quarta-feira que teve lucros de 2.698 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, mais 22,7% do que nos mesmos meses de 2024.
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