"Há aqui um pedido que eu faço. Nós estamos sempre a prolongar, é importante que não se relaxe", afirmou o governante, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita à feira agropecuária Ovibeja, que arrancou hoje no Parque de Feiras e Exposições de Beja.
O Pedido Único abrange os pagamentos diretos, os apoios associados, ecorregimes, desenvolvimento rural, pagamentos da rede natura, a manutenção da atividade agrícola em zonas desfavorecidas e as medidas florestais.
Questionado pela agência Lusa sobre o anúncio feito hoje pelo Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) da prorrogação das candidaturas ao PE2025, previstas terminar a 15 de maio, mas agora estendidas até 26 de maio, o ministro insistiu que espera que tal "não signifique um relaxamento".
"Porque senão vão chegar ao 26 de maio e vão pedir mais dois ou três dias, porque aconteceu uma falha técnica qualquer", exemplificou.
Ciente de que se trata de "um trabalho brutal", José Manuel Fernandes agradeceu "às confederações [agrícolas] e a todos os técnicos que trabalham" nesta medida, mas salientou ser "essencial que se acelere ao máximo este objetivo".
"Ainda não conseguimos simplificar o processo como já deveria estar, tem que ser muito mais rápido", afirmou, referindo que já estão em curso projetos-piloto "para a utilização da inteligência artificial" neste âmbito.
Mas, destacou, mesmo durante o apagão energético de segunda-feira, as candidaturas ao PU2025 não pararam: "Houve mais de 1.100 candidaturas, mesmo existindo o apagão".
O ministro da Agricultura, que interveio hoje na sessão de abertura de um colóquio promovido pela Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP), realçou também aos jornalistas que este apoio pagos aos agricultores é, "no fundo, um apoio aos cidadãos".
"Esta mensagem é extremamente importante porque, às vezes, pensa-se que nós estamos a apoiar o agricultor e ele fica com o dinheiro", alertou.
Mas do que se trata, esclareceu, é que, face às exigências que são colocadas "a nível europeu em termos ambientais" e "das regras de segurança", os agricultores, para "poderem vender ao preço que nós consumimos os alimentos, precisam desse apoio".
"No final de contas, dizemos que há um apoio ao agricultor. Na verdade, esse apoio é a todos os cidadãos, porque, caso contrário, ou importávamos todos os alimentos ou teriam que ser muito mais caros", comparou.
E mesmo apesar de receber este apoio para vender mais barato aquilo que produz, o agricultor "tem um rendimento inferior ao das outras profissões", reconheceu o ministro.
"E nós europeus, para termos alimentos que são produzidos com normas exigentes em termos ambientais, apoiamos os agricultores para podermos depois também aceder a esses mesmos alimentos", sublinhou.
Além do período de candidatura ao PU2025 ter sido prorrogado até 26 de maio, sem penalização, o IFAP revelou que é ainda possível a apresentação tardia do Pedido Único durante mais cinco dias, até 01 de junho, com penalização de 1% por dia útil.
Mais de mil expositores marcam presença na 41.ª Ovibeja, feira que é organizada pela ACOS -- Associação de Agricultores do Sul e que decorre até domingo.
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