Numa apresentação feita aos jornalistas hoje no Centro de Produção do Norte (CPN), em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto), a RTP divulgou que, além dos resultados líquidos positivos, registou 5,5 milhões de euros de resultados operacionais (antes de juros, impostos, depreciações e amortizações).
O investimento chegou aos 6,8 milhões de euros, tendo o presidente do Conselho de Administração, Nicolau Santos, destacado que os resultados foram positivos pelo 15.º ano consecutivo.
"A RTP não recebe dinheiro do Estado para resolver os seus problemas de funcionamento em termos de execução", salientou Nicolau Santos, relembrando que apenas recebe a verba da Contribuição Audiovisual (CAV), mas não do Orçamento do Estado "nem por outra via".
O presidente da RTP disse que os investimentos na empresa passaram para "velocidade cruzeiro", nos 6,8 milhões de euros.
"Era algo que nos preocupava, nos dois anos anteriores houve uma quebra significativa dos investimentos", salientou, inserindo-se os números atuais no "plano de investimentos mais global da empresa", que totaliza 19 milhões de euros.
Na apresentação feita aos jornalistas, a administradora Sónia Alegre vincou que a diferença nos lucros face aos resultados de 2023 também se deveu a um "crescimento da receita inferior ao crescimento da despesa".
"Não porque estejamos a fazer mais despesa, mas porque efetivamente a despesa 'per se', sem fazermos nada, cresce à taxa de inflação, enquanto o valor da receita não cresce à mesma taxa", explicou.
A administradora frisou ainda que a empresa tem "alguma esperança" no aumento de capital da RTP, estando a trabalhar com o Governo que ainda está em funções.
"Era essencial para que consigamos ir um bocadinho mais longe no programa de saídas voluntárias, porque neste momento a empresa continua com capitais próprios negativos", referiu.
A RTP tem 5,5 milhões de euros para o programa que já registou a adesão de mais de 130 trabalhadores - a empresa ainda não tem os números exatos dos pedidos -, sendo que havia um limite de 115.
Nicolau Santos disse ter tido "seriíssimas expectativas" por parte da atual tutela liderada pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, "de que fosse possível resolver" a situação do aumento de capital da RTP.
"Com a queda do Governo, obviamente as coisas tornaram-se mais difíceis", devido também à necessária autorização do Ministério das Finanças para a operação de 14 milhões de euros.
Em dia de inauguração do novo estúdio do programa Praça da Alegria, feito diariamente a partir do CPN, o seu diretor, Carlos Daniel, referiu que, além desse investimento de cerca de 500 mil euros, está também a ser renovado o estúdio de informação por cerca de um milhão de euros, que deverá ser inaugurado até ao fim do ano, a par com a nova imagem da Informação da RTP.
Os investimentos no Centro de Produção do Norte, financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), incluem também a área da eficiência energética, com painéis solares instalados no parque de estacionamento das instalações.
[Notícia atualizada às 01h55]
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