Executor do 'mensalão' envolve Lula da Silva e Portugal Telecom

O publicitário brasileiro Marcos Valério, condenado como o executor do ‘mensalão’, afirmou num novo depoimento que a Portugal Telecom financiou o Partido dos Trabalhadores (PT) com 2,6 milhões de euros), durante o Governo de Lula da Silva.

Executor do ‘mensalão’ envolve Lula da Silva e Portugal Telecom em novo depoimento

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Lusa
11/12/2012 13:10 ‧ 11/12/2012 por Lusa

Economia

Brasil

As informações foram dadas por Marcos Valério ao Ministério Público brasileiro, em 24 de Setembro, já após sua condenação, e reveladas hoje pelo diário brasileiro Estado de São Paulo, que informa ter tido acesso directo à transcrição do depoimento.

O pagamento de 7 milhões de reais (2,6 milhões de euros), segundo o depoente, foi negociado directamente entre o ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o então presidente da Portugal Telecom, Miguel Horta e Costa, no Palácio do Planalto, em Brasília.

Ainda segundo o depoimento, citado pelo diário brasileiro, a transferência do dinheiro foi feita através de uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, na conta bancária de publicitários no Brasil que prestaram serviços para a campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores.

Como prova das negociações para o pagamento, Valério cita a viagem realizada por ele próprio, acompanhado do seu ex-advogado Rogério Tolentino e do ex-secretário do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) Emerson Palmiere a Portugal, em 2005.

Essa viagem já tinha sido citada durante o processo do ‘mensalão’. O delator do esquema de compra de votos de parlamentares, o ex-deputado Roberto Jefferson, disse que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu enviou Valério a Portugal com a tarefa de negociar a doação de recursos da Portugal Telecom ao Partido dos Trabalhadores, então liderado por Lula da Silva.

José Dirceu, mentor de todo o esquema, era tido como braço direito de Lula da Silva e foi condenado a mais de dez anos de prisão, por formação de quadrilha (associação criminosa) e corrução activa.

No novo depoimento, o empresário diz ainda que Lula da Silva não só tinha conhecimento do esquema, como deu aval para empréstimos junto de bancos brasileiros cuja função era pagar a compra de voto de parlamentares.

Segundo o Estado de São Paulo, Valério também informou que parte desse dinheiro chegou a ser utilizada para pagar "despesas pessoais" de Lula da Silva.

Marcos Valério foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro a 40 anos de prisão, além de uma multa de 2,783 milhões de reais (1,03 milhões de euros).

Após ser condenado, o empresário procurou espontaneamente a Procuradoria-Geral da República e solicitou protecção judicial e redução da pena (benefício oferecido no sistema de delação premiada) em troca de novas informações, até então desconhecidas.

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