Segundo a análise trimestral do regulador e supervisor bancário ao setor, em 2024, "a rendibilidade do ativo (ROA) e a do capital próprio (ROE) aumentaram face a 2023, para 1,38% (+0,10 pontos percentuais) e 15,2% (+0,33 p.p.), respetivamente".
A subida do ROA deveu-se, diz o BdP, à redução de provisões e imparidades (contributo de mais 0,28 p.p.). Por outro lado, os custos operacionais (-0,10 p.p.) e os resultados de operações financeiras (-0,08 p.p.) tiveram impactos negativos.
Em 2024, a redução do resultado de exploração, em percentagem do ativo médio, recuou 0,15 p.p. para 1,99%, algo a que o BdP atribui à "diminuição das perdas de imparidade de crédito".
No mesmo ano, o custo do risco de crédito também recuou, 0,33 p.p., para 0,12%, "justificado pela diminuição das perdas de imparidade de crédito".
Já o rácio entre os custos operacionais e o produto bancário ('cost-to-income') aumentou 2,8 p.p. para 39,7%, "refletindo a subida dos custos operacionais".
Vários bancos apresentaram lucros históricos referentes a 2024, surpreendendo mesmo analistas, num ano em que as taxas de juro se mantiveram elevadas.
Os cinco maiores bancos a operar em Portugal tiveram lucros agregados de 4.964 milhões de euros no ano passado, um valor recorde que torna 2024 o melhor ano de sempre da banca em Portugal, segundo contas da Lusa.
Os lucros agregados de 4.964 milhões de euros dos cinco maiores bancos significam mais 12% do que o resultado líquido de 2023.
No conjunto do sistema bancário português, que inclui instituições de crédito e empresas de investimento, os resultados líquidos cresceram 13%, para 6.323,3 milhões de euros, enquanto a margem financeira subiu 1,2%, para 12.364,7 milhões de euros.
Quanto à qualidade dos ativos, no último trimestre de 2024, o rácio de crédito malparado bruto ('NPL - non performing loans' na expressão técnica em inglês) diminuiu 0,1 pontos percentuais para 2,4%.
O rácio de malparado nas empresas continuou a descer para 4,3% (-0,5 p.p.) e o mesmo rácio nos particulares diminuiu ligeiramente para 2,3% (-0,1 p.p.).
Por fim, quanto a indicadores de solvabilidade dos bancos, tanto o rácio de fundos próprios totais como o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET 1) aumentaram 0,2 p.p. para 20,5% e 18,0%, respetivamente.
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