Em comunicado enviado à Lusa, o SMAQ expressou a sua "profunda indignação pela maneira como o tema da segurança ferroviária foi abordado" pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros de hoje, onde foi aprovado um decreto-lei "que previne acidentes na ferrovia".
O sindicado dos maquinistas exigem que o ministro de retrate e corrija as suas declarações, que consideram desrespeitosas, despropositadas e que demonstram "uma flagrante falta de conhecimento dos Relatórios Anuais de Segurança do IMT" (Instituto da Mobilidade e dos Transportes), que demonstram que os critérios que afetam a pontuação do país nos 'rankings' europeus têm, "na sua maioria, origem em questões da infraestrutura ferroviária, suicídios, em que o maquinista não deixa de ser também vítima, acidentes em passagens de nível, bem como fatores extrínsecos ao trabalho dos maquinistas".
O sindicato vincou que "não existe, de facto, nenhum acidente ferroviário que tenha sido causado por álcool" e que a taxa de álcool atual, de 0,20 gramas por litro, é "extremamente rigorosa e preventiva", lembrando que os maquinistas são sujeitos a exames médicos e despistagem frequentes.
Em conferência de imprensa, o ministro da Presidência afirmou que "não é muito conhecido, mas Portugal tem o segundo pior desempenho ao nível do número por quilómetro de ferrovia de acidentes que ocorrem" e que tem "um desempenho cerca de sete vezes pior do que a primeira metade dos países europeus", explicando que o Governo aprovou um decreto-lei que reforça "as medidas de contraordenação para os maquinistas deste transporte ferroviário, criando uma proibição de condução sob o efeito de álcool".
"Estando Portugal numa das piores situações em termos de nível de acidentes, tem do quadro contraordenacional mais leve e mais baixo da Europa", rematou o governante.
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