Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), em junho a remuneração bruta regular mensal média por trabalhador -- que exclui componentes salariais como os subsídios de férias e de Natal, pelo que tem um comportamento menos sazonal -- foi de 1.294 euros, registando um aumento homólogo nominal de 6,4% e real (tendo em conta a inflação) de 4,2%.
Já a remuneração bruta base mensal média por trabalhador situou-se em 1.216 euros e registou um acréscimo nominal de 6,3% e real de 4,1%.
Estes resultados abrangem 4,8 milhões de postos de trabalho, correspondentes a beneficiários da Segurança Social e a subscritores da Caixa Geral de Aposentações, mais 2,5% do que no mesmo período de 2023.
De acordo com o INE, em relação ao trimestre terminado em junho, assistiu-se a uma desaceleração dos preços (de 2,7% para 2,2%) e a uma aceleração das remunerações reais (por exemplo, de 3,4% para 4,1% no caso das remunerações base).
Face a setembro de 2023, no terceiro trimestre a remuneração bruta total mensal média aumentou em todas as dimensões de análise (atividade económica, dimensão de empresa, setor institucional, intensidade tecnológica e intensidade de conhecimento).
Os maiores aumentos foram observados nas "atividades de saúde humana e apoio social" (10,9%), nas empresas de um a quatro trabalhadores (6,6%), no setor público (7,0%) e nas empresas de "baixa tecnologia industrial" (7,2%).
Em setembro, a remuneração total média por trabalhador variou entre 987 euros nas atividades de "agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca" e 2.979 euros nas atividades de "eletricidade gás, vapor, água quente e fria e ar frio".
Já a remuneração regular e a remuneração base registaram também o seu valor mais baixo nas atividades de "agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca" (841 euros e 822 euros, respetivamente) e o mais alto nas atividades de "eletricidade gás, vapor, água quente e fria e ar frio" (2.752 euros e 2.554 euros).
Por dimensão de empresa, os valores médios da remuneração total, regular e base variaram entre os das empresas com um a quatro trabalhadores (1.102 euros, 942 euros e 932 euros, respetivamente) e as com 250 a 499 trabalhadores (1.782 euros, 1.530 euros e 1.425 euros).
Numa análise por setor institucional, verifica-se que as remunerações total, regular e base da Administrações Públicas (AP) aumentaram, em termos reais e homólogos, 4,7%, 5,2% e 4,4%, respetivamente.
No setor privado, o aumento real homólogo foi 3,7% na remuneração total e 4,1% na regular e na base.
Segundo nota o INE, as diferenças nos níveis remuneratórios médios entre o setor das AP e o setor privado "refletem, entre outras, diferenças no tipo de trabalho realizado, na composição etária (com impacto na acumulação de capital humano e de experiência profissional) e nas qualificações dos trabalhadores que os integram".
"Verifica-se que os trabalhadores do setor das AP têm, em média, níveis de escolaridade mais elevados: 55,7% dos trabalhadores neste setor tinham ensino superior (25,5% no setor privado), 27,1% tinham completado o ensino secundário ou pós-secundário (33,6% no setor privado) e 17,2% tinham um nível de escolaridade correspondente, no máximo, ao 3.º ciclo do ensino básico (40,9% no setor privado)", precisa.
Considerando a remuneração por intensidade tecnológica e intensidade do conhecimento, em setembro a remuneração bruta total mensal média por trabalhador (por posto de trabalho) na "indústria transformadora" foi de 1.546 euros, um acréscimo homólogo de 6,8%.
Já a remuneração bruta total mensal média por trabalhador nos "serviços intensivos em conhecimento" foi de 1.808 euros, uma subida de 6,2%, enquanto nas empresas de "serviços pouco intensivos em conhecimento" aumentou 5,7%, abaixo do total observado nos "serviços" (5,9%), atingindo 1.307 euros.
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