Sustentabilidade na aviação é um desafio em termos de taxas, diz Governo

A crescente preocupação de companhias aéreas, nomeadamente de baixo-custo, com a sustentabilidade e a descarbonização representa um desafio em termos de taxação, afirmou hoje o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado.  

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Lusa
05/11/2024 18:29 ‧ 05/11/2024 por Lusa

Economia

Governo

O governante, que visitou hoje World Travel Market (WTM) em Londres, a maior feira de turismo britânica, disse que a sustentabilidade e a redução da pegada carbónica é algo que preocupa tanto consumidores como transportadores. 

 

Machado revelou à agência Lusa ter reunido com a transportadora britânica de baixo-custo Jet2, e que esta lhe apresentou a sua agenda de sustentabilidade para atingir a neutralidade carbónica.

A Jet2 divulgou recentemente o plano, que passa pela compra de aeronaves mais eficientes em termos de consumo de combustível, maior uso de combustível sustentável para a aviação (SAF) e eletrificação do equipamento de serviço em terra.

"Isso significa que há aqui mudanças de paradigma em relação àquilo que foram as últimas décadas, nomeadamente no transporte aéreo, que lançam hoje novos desafios também para os países que recebem estas companhias, porque percebemos que um dos temas que está em cima da mesa tem a ver com a taxação daquilo que são os aeroportos e [de] quanto é que nós cobramos exatamente para fazer face a esse processo" de descarbonização, afirmou. 

O secretário de Estado do Turismo vincou que o Governo também quer reduzir as emissões de carbono na aviação, mas que a questão das taxas levantada pela Jet2 tem de ser vista em termos de competitividade a nível internacional. 

"Tem que ser olhado no conjunto. Hoje não há governos isolados e, portanto, nós próprios numa estratégia global de competitividade até da Península Ibérica, precisamos de ter aqui estratégias de negociação, de concertação", argumentou.

Portugal participa no WTM 2024 com o número recorde de 112 empresas, além das sete Agências Regionais de Promoção Turística do país (Porto e Norte, Centro de Portugal, Lisboa, Alentejo, Algarve, Madeira, Açores), concentradas num espaço comum de 1.010 m2 coordenado pelo Turismo de Portugal.

Esta presença reforçada reflete uma "expetativa positiva relativamente ao mercado britânico" e "perspetivas muito animadoras para 2025", afirmou Pedro Machado.

De acordo com as estimativas rápidas do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Banco de Portugal para os primeiros nove meses de 2024, o Reino Unido registou um crescimento de 3% no indicador das dormidas. 

Este desempenho vem fortalecer os números de 2023, quando o Reino Unido continuou a ser o principal mercado emissor de turistas em termos de dormidas (9,9 milhões de dormidas, 18,4% do total) e o segundo em hóspedes (2,4 milhões de hóspedes, 12,9%), a seguir à Espanha.

Os britânicos são também os turistas estrangeiros que gastam mais durante as estadias em Portugal, 3.806,4 milhões de euros em 2023, o que equivale a 15% do total. 

Comparando 2023 com 2019, antes da pandemia covid-19, o Reino Unido cresceu em todos os indicadores: hóspedes (+9,9%), dormidas (+6,0%) e receitas (+16,1%).

No ano passado, pelo menos 73,8% das viagens aéreas que turistas britânicos fizeram para Portugal foram em companhias de baixo custo (EasyJet, Ryanair, Jet2.com, Wizz Air), de acordo com o Turismo de Portugal.

O Algarve foi o principal destino nacional dos turistas britânicos em 2023 (58,5%), seguido da Madeira (19,4%), da Área Metropolitana de Lisboa (12,3%) e do Norte (5,9%).

Londres foi a principal cidade britânica de origem do voo para Portugal (57,3%), seguida de Bristol (8,0%), Manchester (7,9%), Birmingham (4,9%), Belfast (3,2%), Glasgow (3,2%), Liverpool (2,9%), Edinburgh (2,9%), Nottingham (2,9%), Leeds (2,6%), Newcastle (1,1%) e outras cidades (3,1%).

Leia Também: Aluger de aeronaves com tripulação. Sata estima gastar mais de 27 milhões

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