"Após resultados atribuíveis aos interesses que não controlam, a Corticeira Amorim encerrou os primeiros nove meses de 2024 com um resultado líquido de 47,8 milhões de euros, uma redução de 28,6% face ao período homólogo, penalizados também pela inclusão de custos não-recorrentes (5,3 milhões de euros), bem como pelo aumento dos encargos financeiros em consequência do maior endividamento médio", lê-se num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Citado no comunicado, o presidente e presidente executivo (CEO) da Corticeira Amorim refere que, "apesar da recente melhoria das condições de mercado em alguns segmentos onde opera", a atividade da empresa "continua a ser condicionada pela baixa visibilidade e pela pressão sobre os volumes".
"Como antecipado, a rentabilidade foi afetada pelos elevados preços de consumo de cortiça, reflexo das condições da campanha de cortiça de 2023, apesar dos benefícios decorrentes do aumento da eficiência industrial e da melhoria do 'mix'", afirma António Rios de Amorim.
A Corticeira Amorim adianta que o Conselho de Administração irá propor a distribuição parcial de reservas distribuíveis de 0,09 euros por ação na assembleia geral de acionistas agendada para 02 de dezembro.
Até setembro, as vendas consolidadas da Corticeira Amorim recuaram 4,8% em termos homólogos, para 726,2 milhões de euros.
Segundo a empresa com sede em Mozelos, Santa Maria da Feira, "apesar da melhoria registada no terceiro trimestre, a evolução das vendas reflete, na generalidade, o contexto adverso do mercado, com impacto na performance dos volumes".
Todas as Unidades de Negócio (UN) registaram uma redução das vendas, exceto a Amorim Cork Composites, cujas vendas ascenderam a 90,8 milhões de euros, um crescimento homólogo de 4,6%.
Nos primeiros nove meses do ano, o EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) consolidado recuou 8,7% para 127,6 milhões de euros e a margem EBITDA caiu de 18,3% para 17,6%.
A empresa explica que, "apesar dos benefícios decorrentes da redução dos custos de matérias-primas não cortiça, de maiores eficiências industriais e das melhorias do 'mix' de produto, a rentabilidade foi penalizada pelo aumento dos preços de consumo de matérias-primas cortiça e pelo efeito da desalavancagem operacional".
No final de setembro, a dívida remunerada líquida da Corticeira Amorim ascendia a 214,1 milhões de euros, menos 26,7 milhões do que no final de 2023, "apesar do aumento do investimento em ativo fixo (31,9 milhões de euros), do pagamento de dividendos (26,6 milhões de euros) e do acréscimo das necessidades de fundo de maneio (5,3 milhões de euros".
Apesar das "adversidades" enfrentadas, o CEO da Corticeira Amorim defende que a criação da Amorim Cork Solutions (concentrando as atividades da Amorim Cork Flooring, Amorim Cork Composites e Amorim Cork Insulation) permitirá "uma gestão mais integrada das operações e potenciará sinergias industriais, comercias e de suporte, fortalecendo o negócio 'não rolha'".
"No segmento de vinhos espumantes, reforçámos as nossas competências e abrangência da nossa oferta, através da aquisição, pelo grupo SACI, da sociedade italiana Intercap S.r.l., especializada na produção de cápsulas de 'surbouchage' para espumantes e vinhos tranquilos", destaca ainda António Rios Amorim.
Considerando apenas o terceiro trimestre deste ano, o resultado líquido da Corticeira Amorim recuou 27,9% para perto de 11,3 milhões de euros e as vendas subiram 0,7% para 225,5 milhões de euros.
[Notícia atualizada às 17h36]
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