"Tendo em conta a preocupação manifestada por partidos políticos e autarcas da Região Autónoma dos Açores, a Caixa Geral de Depósitos esclarece que não está previsto o encerramento de agências nesta região", disse hoje à agência Lusa uma fonte oficial da CGD.
A fonte acrescentou que, a nível nacional, o banco público "não encerrou qualquer agência em 2023 ou em 2024, nem tem previsto qualquer encerramento para o ano de 2025".
Autarcas e partidos da Região Autónoma dos Açores têm manifestado preocupações perante a possível redução de serviços de alguns balcões da CGD na região.
O Público noticiou na terça-feira, em manchete, que a CGD pretende reduzir serviços "no interior e ilhas" ao transformar dezenas de agências que até aqui ofereciam todos as funcionalidades (designadamente levantar e depositar dinheiro ao balcão) em espaços mais pequenos e com menor oferta.
No mesmo dia, o grupo parlamentar do PS questionou o ministro das Finanças sobre a redução de serviços bancários que a CGD está a fazer para saber que medidas serão adotadas e o líder socialista açoriano, Francisco César, manifestou igualmente a sua preocupação.
Na quinta-feira a Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores (AMRAA) manifestou a sua "veemente condenação" pela possível redução de serviços de alguns balcões da CGD no arquipélago, alegando que os Açores, "caracterizados pela sua dispersão geográfica e particularidades socioeconómicas, dependem de uma rede sólida de serviços financeiros que atenda às necessidades dos cidadãos e das empresas locais".
Também o PSD/Açores manifestou, na quinta-feira, a sua "discordância e preocupação" pelo possível encerramento de balcões do banco público, tendo o líder parlamentar, João Bruto da Costa, afirmado que o possível fecho de balcões de atendimento da CGD nas ilhas de São Miguel, São Jorge, Pico e Flores "põe em causa a coesão social e territorial".
Já hoje, o PPM/Açores disse estar contra a possível redução de serviços de alguns balcões da CGD na região, considerando que a aplicação da medida vai afetar as populações em áreas mais isoladas.
Em 03 de outubro, em comunicado, a Comissão de Trabalhadores do banco denunciou aquilo que dizia ser o "incumprimento" da CGD do "dever de serviço público bancário".
Na terça-feira, em declarações à Lusa, o presidente da Comissão de Trabalhadores da CGD, Jorge Canadelo, disse que o problema está a colocar-se sobretudo em agências do interior de Portugal continental e das ilhas e que isso é feito pondo em causa a sustentabilidade da empresa no futuro e sem qualquer "visão crítica" da tutela, o Governo.
Questionada pela Lusa, fonte oficial do banco público afirmou que "é completamente falso que a CGD esteja a reduzir serviços, nomeadamente no interior ou nas ilhas" e que "só por manifesta má-fé o investimento superior a 70 milhões de euros que a Caixa está a realizar sua extensa rede de agências pode ser entendido como recuo de serviços, quando o mesmo se insere num plano de transformação digital que visa servir mais e melhor os seus clientes onde quer que eles estejam".
Segundo a CGD, a criação de agências de nova geração "não deixa ninguém para trás e aumenta de forma significativa a sua capacidade de serviço aos clientes, nomeadamente nas disponibilidades de tesouraria".
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