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Evergrande. China bane por seis meses e multa em 56 milhões a PwC

As autoridades chinesas proibiram a empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers (PwC) de operar durante seis meses e aplicaram-lhe uma multa de 400 milhões de yuan (50,8 milhões de euros), devido ao seu envolvimento no caso da construtora Evergrande.

Evergrande. China bane por seis meses e multa em 56 milhões a PwC
Notícias ao Minuto

11:36 - 13/09/24 por Lusa

Economia Evergrande

É o castigo mais pesado até à data para as empresas internacionais de contabilidade que operam na China. A PwC vai ser proibida de assinar quaisquer resultados financeiros no país durante seis meses. A empresa já está a perder clientes.

 

O Ministério das Finanças da China informou, em comunicado, que vai punir em 116 milhões de yuan (14,73 milhões de euros) em multas e confisco de ganhos ilegais à PwC Zhongtian, também conhecida como PwC China, bem como uma suspensão de atividade de seis meses, a revogação da sucursal da PwC em Cantão e um aviso administrativo.

Uma outra entidade reguladora, a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China, impôs também multas e confiscos num total de 325 milhões de yuan (41,2 milhões de euros) à PwC por alegadamente não ter efetuado as devidas diligências na auditoria à Evergrande.

O Ministério das Finanças da China afirmou que a PwC emitiu "falsos relatórios de auditoria" da Evergrande e que os procedimentos de auditoria apresentavam "graves defeitos" de conceção e execução, o que levou a muitas conclusões falsas.

Acusou ainda a PwC de não manter o "ceticismo profissional" e de não ter assinalado os erros e a falta de divulgação de informações por parte da Evergrande durante as auditorias.

A autoridade reguladora dos mercados de valores mobiliários afirmou que 88% dos registos mantidos pela PwC relativos aos projetos imobiliários eram inconsistentes com a execução efetiva e eram "pouco fiáveis". Quando foram efetuadas investigações no local, alguns projetos continuavam a ser "um pedaço de terreno baldio", apesar de se considerar que tinham cumprido as condições de entrega, afirmou o regulador.

A PwC ficou sob o escrutínio de Pequim após o colapso, em janeiro, da Evergrande, a construtora mais endividada do mundo e um símbolo da atual crise imobiliária na China.

O regulador de valores mobiliários da China disse em março que a Evergrande tinha inflacionado as suas receitas na China continental em quase 80 mil milhões de dólares (72 mil milhões de euros), em 2019 e 2020. Em maio, as autoridades multaram a empresa em 577 milhões de dólares (520 mil milhões de euros).

A PwC, que auditou as contas da Evergrande durante 14 anos, até 2023, é a maior das "quatro grandes" empresas de auditoria a operar na China, tendo obtido quase 8 mil milhões de yuan (quase mil milhões de euros) em receitas em 2022, acima das concorrentes Deloitte, KPMG e EY, de acordo com o Instituto Chinês de Contabilistas Públicos Certificados.

A China tem vindo a reprimir os empréstimos excessivos contraídos pelos promotores imobiliários durante uma queda prolongada do mercado imobiliário que atingiu muitas outras partes da economia, incluindo a construção, os materiais de construção e os eletrodomésticos.

Leia Também: Liquidatários da Evergrande intentam ação judicial contra auditor PwC

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