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Salário de Carlos Tavares na Stellantis validado pelos acionistas

Os acionistas da Stellantis validaram com 70% dos votos o aumento da remuneração do presidente executivo do grupo automóvel, Carlos Tavares, numa assembleia-geral que decorreu hoje em Amesterdão.

Salário de Carlos Tavares na Stellantis validado pelos acionistas
Notícias ao Minuto

16:51 - 16/04/24 por Lusa

Economia STELLANTIS

O voto não é vinculativo, mas tem estado no centro das atenções devido à controvérsia suscitada pelo montante em causa, que pode atingir 36,5 milhões de euros, segundo o relatório financeiro anual da empresa relativo a 2023.

A remuneração de Carlos Tavares, 65 anos, integra um prémio de 10 milhões de euros pela "transformação" do grupo criado em 2021 com a fusão da PSA e da Fiat-Chrysler.

O montante envolve ainda pensões de reforma que serão pagas a longo prazo, mas também bónus atribuídos apenas se alcançar os objetivos fixados para 2025, último ano do seu mandato atual.

No exercício financeiro de 2023, o gestor português tem direito inicialmente a 23,5 milhões de euros. Pago em grande parte em ações, esta remuneração também aumenta quando sobe o valor das ações do grupo, como aconteceu nos últimos três anos.

O grupo, que integra 14 marcas, como Peugeot, Citroën, Fiat, Dodge e Opel, anunciou que obteve um lucro recorde em 2023 de 18,6 mil milhões de euros, um aumento de 11% em termos homólogos. O seu volume de negócios aproximou-se de 190 mil milhões de euros.

Carlos Tavares foi criticado em 2022 pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, que considerou "chocante e excessivo" o salário "astronómico" que o gestor recebe.

A Stellantis argumenta que esta remuneração deve ser comparada com empresas como a Boeing nos Estados Unidos cujo líder, Dave Calhoun, recebe 33 milhões de dólares relativos a 2023. O grupo realiza a maior parte das suas vendas na Europa, mas obtém o essencial dos seus lucros no mercado norte-americano.

Carlos Tavares, que se deslocou na segunda-feira a uma fábrica do grupo, assumiu essa remuneração. "Tem uma dimensão contratual entre mim e a empresa como a de um jogador de futebol e um piloto de Fórmula 1", afirmou.

"Noventa por cento do meu salário faz parte dos resultados da empresa (...), o que prova que os resultados não são maus", acrescentou em declarações à rádio France Bleu Lorraine Nord. "Se acham que não é aceitável, façam uma lei e mudem a atual que eu vou respeitá-la".

O presidente do grupo socialista na Assembleia Nacional, Boris Vallaud, anunciou que vai apresentar de novo uma proposta de lei de 2020 que visa limitar as disparidades de remuneração nas empresas.

Leia Também: Carlos Tavares: O futuro automóvel e o exemplo da pick-up com 14 anos

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