Sonae mantém Musti em bolsa após adquirir 80% do capital na OPA
A Sonae afirmou-se hoje "muito satisfeita" com os 80% do capital da Musti assegurados na Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada sobre a retalhista nórdica de produtos para animais de estimação, que irá manter cotada em bolsa.
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Economia Sonae
"Estamos muito satisfeitos com o que atingimos na oferta. O nosso objetivo principal era conseguir obter uma posição de controlo na empresa que nos permitisse estar numa situação em que pudéssemos ajudar a empresa a crescer, a continuar a criar valor nas economias e nos mercados em que opera, e acreditamos muito no seu potencial de crescimento e na capacidade que vamos ter de os ajudar nesse trajeto", sustentou o administrador financeiro da Sonae durante a apresentação das contas de 2023 do grupo, que decorreu hoje na Maia.
Salientando que "esse objetivo foi alcançado com os 80%" assegurados na OPA, João Dolores, assegurou que "a empresa irá manter-se cotada em bolsa", destacando a "flexibilidade" do "estilo de investimento" do grupo Sonae.
"Temos outras situações no portefólio em que temos empresas cotadas em bolsa. [...] Temos participações maioritárias, minoritárias...desde que tenhamos influência e que sintamos que conseguimos apoiar os negócios e desafiá-los para conseguirem alcançar os seus objetivos, estaremos satisfeitos", disse.
"Portanto -- acrescentou - já anunciámos ao mercado que terminámos a oferta e que iremos manter-nos como o principal acionista da empresa, num contexto [em que esta continua] cotada em bolsa".
A Sonae anunciou na segunda-feira que o consórcio por si liderado concluiu "com sucesso" a OPA sobre a nórdica Musti, tendo assegurado 80,65% da empresa, num investimento de 700 milhões de euros.
A Sonae lidera este consórcio com uma participação de 98%, "estando o restante capital repartido entre Jeffrey David, presidente do Conselho de Administração da Musti, Johan Dettel, membro do Conselho de Administração da Musti, e David Rönnberg, CEO [presidente executivo] da Musti, os quais detêm uma longa experiência e histórico comprovado de sucesso no setor".
O grupo da Maia acredita que a Musti "está numa posição privilegiada para aproveitar as tendências de crescimento do mercado, apresentando com uma sólida proposta de valor omnicanal que inclui uma rede de mais de 340 lojas na Finlândia, Suécia e Noruega e operações de comércio eletrónico especializadas em produtos de cuidado e alimentação para animais de estimação".
"O retalho de produtos para animais de estimação é um segmento em rápido crescimento, beneficiando das tendências crescentes de aumento de animais de estimação nos lares, dos cuidados de 'premium pet care', do aumento dos gastos por animal e da resiliência inerente ao padrão de consumo não discricionário da sua alimentação", destacou a Sonae.
Além disso, segundo o grupo, "os mercados nórdicos apresentam um contexto macroeconómico sólido, caracterizado pelo elevado rendimento disponível das famílias, quando comparado com a média europeia" e tendo em conta "uma perspetiva de crescimento positiva no segmento de retalho de produtos para animais de estimação, com os consumidores a demonstrarem uma preferência crescente pelos canais de retalho especializado e 'online'".
No seu último ano fiscal, o volume de negócios da Musti foi de 426 milhões de euros, e o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) atingiu 74 milhões de euros.
Após a conclusão de todos os trâmites da aquisição, que ocorrerá antes do final de março, o consórcio liderado pela Sonae diz pretender iniciar a próxima fase de desenvolvimento da Musti, "contribuindo para o reforço da sua proposta de valor e dando resposta às necessidades de um número crescente de tutores de animais de estimação", destacou.
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