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Vendas do gigante imobiliário chinês endividado Country Garden caem 85%

O gigante imobiliário chinês endividado Country Garden, a maior construtora do país entre 2017 e 2022, registou uma queda homóloga de 85% nas vendas em fevereiro, face à crise do mercado e aos seus problemas com credores.

Vendas do gigante imobiliário chinês endividado Country Garden caem 85%
Notícias ao Minuto

11:46 - 05/03/24 por Lusa

Economia Country Garden

Em comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a empresa disse que as vendas acordadas caíram para cerca de 3,72 mil milhões de yuans (476 milhões de euros), em fevereiro, enquanto as vendas medidas pela área caíram quase 89%, para cerca de 370 mil metros quadrados.

O montante representa igualmente uma descida de 32% em relação ao valor registado em janeiro, de cerca de 5,49 mil milhões de yuan (703 milhões de euros).

A queda de fevereiro é a maior em pelo menos cinco anos e coloca o valor das vendas a um décimo da média mensal dos últimos quatro anos, que ronda os 35 mil milhões de yuan (4,481 mil milhões de euros).

Perante esta situação, um credor apresentou no final do mês passado um pedido de liquidação contra a Country Garden junto dos tribunais de Hong Kong, dando início a um processo cuja primeira audiência está marcada para 17 de maio, embora o promotor tenha garantido que o montante em dívida ao queixoso (cerca de 204 milhões de dólares) é "uma proporção muito pequena" do seu passivo e não afetará as suas operações ou negociações de reestruturação.

A Country Garden foi declarada em situação de incumprimento pela primeira vez no final de outubro, depois de não ter pagado atempadamente cerca de 15,4 milhões de dólares de juros devidos por uma obrigação denominada em dólares.

No final do primeiro semestre de 2023, a dívida da Country Garden ascendia a cerca de 257,9 mil milhões de yuan (33,056 mil milhões de euros), dos quais cerca de 109 mil milhões de yuan (13,971 mil milhões de euros) são devidos até junho deste ano.

As acções da Country Garden em Hong Kong caíam 5,09%, tendo já perdido quase 97% desde o seu pico, fixado no início de 2018.

No final de janeiro, a justiça de Hong Kong ordenou a liquidação de outro dos grandes nomes da crise imobiliária chinesa, a Evergrande, a favor dos seus credores estrangeiros, uma decisão que abre um longo e incerto processo, na dúvida sobre se será reconhecida na China continental, onde se encontra a maior parte dos seus ativos, uma vez que o sistema judicial da antiga colónia britânica está separado do da China em virtude do seu estatuto de semiautonomia.

A situação financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas agravou-se depois de Pequim ter anunciado, em agosto de 2020, restrições ao acesso ao financiamento bancário para os promotores que tinham acumulado um elevado nível de dívida, incluindo a Evergrande, com um passivo de quase 330 mil milhões de dólares.

Nos últimos meses, perante a situação, o Governo anunciou várias medidas de apoio, com os bancos estatais a abrirem também linhas de crédito multimilionárias a vários promotores, cuja prioridade era concluir os projetos vendidos em regime pré-venda, uma questão que preocupa Pequim pelas implicações na estabilidade social, dado que a habitação é um dos principais veículos de investimento das famílias chinesas.

No entanto, o mercado não está a responder: as vendas comerciais medidas por área útil caíram 24,3% em 2022 e mais 8,5% em 2023, enquanto os preços das casas novas caíram em dezembro ao ritmo mais rápido em quase nove anos.

Uma das principais causas do recente abrandamento da economia chinesa é precisamente a crise do setor imobiliário, cujo peso no Produto Interno Bruto (PIB) nacional - somando os fatores indiretos - foi estimado em cerca de 30%, segundo alguns analistas.

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