Inquérito: Semana de 4 dias? Sim, mas implica aumento de trabalhadores
A esmagadora maioria (90%) dos trabalhadores da administração pública acredita que a redução da semana de trabalho para quatro dias terá de ser acompanhada por um aumento de recursos humanos, segundo um inquérito hoje divulgado.
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Economia Função Pública
Em causa estão os resultados do inquérito sobre "organização do tempo de trabalho na administração pública central" hoje divulgados pela PlanApp - Planeamento, Políticas, Prospetivas, realizado entre julho e setembro de 2023, junto de uma amostra de 14.232 trabalhadores de 649 entidades públicas.
De acordo com o estudo, aproximadamente 90% dos trabalhadores "consideram essencial um aumento de recursos humanos na administração central" de forma a reduzir o tempo de trabalho, sendo esta necessidade mais apontada por pessoas inseridas nas carreiras específicas da justiça, notariado, forças de segurança, inspeção, educação ou saúde.
Já as carreiras gerais e as de informática "estão associadas a menores probabilidades de ser indicada a necessidade de investimentos adicionais", indica o estudo, acrescentando que os mais novos tendem a considerar a necessidade de investimento mais que os restantes.
O inquérito, que revela que 85% dos funcionários públicos são favoráveis à introdução da semana de quatro dias, sem redução de remuneração, revela ainda as preferências para a redução do tempo de trabalho apontam para a modalidade de 32 horas distribuídas por quatro dias por semana, com 72% a mostrarem-se favoráveis a este modelo.
Mais de metade dos trabalhadores assinalaram, por outro lado, que ocupariam o dia livre com apoio à família e/ou prática de hobbies, já que a dificuldade em conciliar a vida profissional e familiar e a falta de tempo para se dedicarem a atividades de lazer estão entre as principais motivações para que queiram a redução da jornada de trabalho.
Segundo o estudo, 77% dos trabalhadores usam automóvel para se deslocar para o trabalho, enquanto 12,5% o fazem de transporte público e 9,41% vão a pé, com as deslocações para o trabalho a revelarem um tempo mediano de 20 minutos.
Dos mais de 14 mil trabalhadores que responderam ao inquérito - correspondentes a cerca de 2,7% do total registado no Sistema de Informação da Organização do Estado (SIOE) a 31 de março de 2023 - 41% prestam atendimento ao público, sendo que apenas 6,2% realizam teletrabalho com regularidade (pelo menos, dois a três dias por semana).
O inquérito agora divulgado integra a primeira fase do estudo sobre a organização do tempo de trabalho. Na segunda fase será realizado um estudo piloto que visa testar a aplicação da semana de trabalho de quatro dias em organismos públicos.
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