O Portal da Queixa registou, entre janeiro de 2023 e 15 de dezembro de 2023, cerca de 3.000 queixas dirigidas ao setor dos transportes públicos, o que se traduz num crescimento que ronda os 40%.

Em comunicado, a plataforma revela que o "atraso ou falta de transporte" com "grandes tempos de espera" foi o motivo mais apontado pelos passageiros (60,3%), ao passo que os "Transportes Coletivos de Passageiros" foram a categoria mais reclamada (76,2%) e a Carris Metropolitana, a Carris e a Unir foram "as entidades mais visadas".

No total, contaram-se neste período temporal 2.911 reclamações relacionadas com as categorias "Transportes Coletivos de Passageiros", "Comboio e Metropolitano" e "Transporte Marítimo", o que representa "um crescimento a rondar os 40%, comparativamente com o período homólogo do ano passado, que totalizou 2.102 queixas".

"As reclamações relacionadas com o setor dos transportes públicos, sobretudo nos grandes centros urbanos, têm vindo a agravar-se de ano para ano. Queixas sobre atrasos, longos tempos de espera, carreiras suprimidas, carruagens cheias, más condições dos veículos e comportamento impróprio dos condutores são alguns dos motivos que fizeram aumentar, em 2023, os índices de insatisfação dos passageiros", lê-se no relatório.

Para além do "atraso ou falta de transporte público", os passageiros queixaram-se também da "alteração de carreira (mudanças nas linhas dos autocarros)" (12,5%), da "conduta do motorista", com 10,1% dos casos reportados, em que são denunciados "comportamentos agressivos, condução perigosa e falta de cordialidade", e das "condições do veículo" (5,8%).

Categoria mais reclamada

A "categoria mais reclamada do setor, a absorver 76,2% das ocorrências registadas" é a dos "Transportes Coletivos de Passageiros", relativa aos autocarros, representando um crescimento de 41%, face a 2022. Logo a seguir está a categoria "Comboio e Metropolitano", com 22,6% das queixas, o que representa um aumento de 34% relativamente a 2022.

"A recolher uma fatia de 1,2%" das queixas está a categoria "Transporte Marítimo", que "foi a única que registou uma descida, em comparação com o período homólogo", de menos 12,2%, lê-se no relatório.

Queixas de Transportes Coletivos de Passageiros no Porto registam crescimento de 190%

O Portal da Queixa revela ainda, no mesmo comunicado, que a Carris Metropolitana, a Carris e a Unir - que se estreou no início deste mês, na Área Metropolitana do Porto - são as entidades "mais visadas", com um total somado de 61,2% das queixas.

No Porto, o panorama complicou-se em 2023, com o maior número de reclamações a recair sobre a categoria "Transportes Coletivos de Passageiros", que cresceu 190% relativamente a 2022. "Das 495 reclamações registadas, os autocarros foram responsáveis por 57,2%, com a recente Unir a recolher 38% das queixas e a STCP a absorver 19,2%. Segue-se a Metro do Porto, a ocupar uma fatia de 17,2%", lê-se na missiva.

Em Lisboa, registou-se um aumento de 89,9% das queixas relacionadas à categoria "Comboio e Metropolitana", relativamente a 2022, ainda que tenham sido os autocarros - "categoria Transportes Coletivos de Passageiros" - a arrecadar o maior número de queixas, com 85% do total.

Na capital, o motivo principal das queixas foi, também, "o atraso ou a falta de transportes", com 68,9% do total das denúncias.

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