"Continua a acontecer. Por muitas perceções que tenhamos relativamente a eventual perda de poder de compra, instabilidade política e por aí fora, a verdade é que as reservas continuam a acontecer ao ritmo que aconteceram ao longo de todo o ano, isto é: muito bom", afirma Pedro Costa Ferreira em declarações à Lusa.
Sobre os motivos que o poderão justificar esta evolução numa altura de perda de poder de compra, o responsável aponta eventual alteração de comportamento para justificar o aumento do consumo.
"As pessoas provavelmente estão a viajar em detrimento de outras opções de vida social, nomeadamente jantares. Ouvimos isso de um responsável da Google [no Congresso da APAVT na semana passada no Porto] e até posso dizer mais: na 'Black week' as primeiras informações que temos é que foram vendas absolutamente fantásticas, nunca vistas e já para o próximo ano", sublinhou Pedro Costa Ferreira.
Ainda assim, durante o Congresso da APAVT, que decorreu no Porto entre 30 de novembro e 2 de dezembro, o responsável alertou que, depois de um 2023 de confirmação da recuperação e de "alguns recordes", "ninguém se espantaria se 2024 fosse de desaceleração", já que a conjuntura é complexa.
"Portanto, tal como no início do ano [2023], em que tínhamos uma série de nuvens negras no horizonte, mas a única coisa que corria bem era a realidade, não posso mentir, continua a correr bem", reforçou.
Especificamente sobre as reservas para o próximo ano, se as agências de viagens sentem crescimentos, remata com: "Sim, provavelmente o melhor ano de sempre", com os destinos de 'réveillon' "relativamente estabilizados".
Por tradição, Algarve e Madeira costumam liderar escolhas, mas Alentejo, Lisboa, o Centro, o Norte e os Açores têm desenvolvido nos últimos anos ofertas alternativas que têm tido crescente atração.
Já quanto às viagens dos turistas nacionais para o exterior, Brasil, Cabo Verde, São Tomé, Cuba, Disneylândia Paris, são alguns dos destinos mais procurados.
Em 27 de outubro, o INE divulgou que no segundo trimestre de 2023, os residentes em Portugal realizaram 5,7 milhões de viagens, o que correspondeu a um acréscimo de 6,1% face ao período homólogo (mais 1,0% face ao segundo trimestre de 2019).
As viagens em território nacional foram determinantes para este aumento, registando um acréscimo de 5,5% (+1,5% quando comparado com o segundo trimestre de 2019) para 4,8 milhões, o que representou 85,6% das deslocações.
Para o estrangeiro cresceram 9,8%, totalizando 812,2 mil viagens (14,4% do total) e com uma aproximação progressiva aos níveis de 2019, ficando 1,9% abaixo desses valores no segundo trimestre de 2023.
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