A decisão do júri composto por 12 membros, nove mulheres e três homens, surgiu após cinco semanas de julgamento que concentrou atenções.
O fundador da FTX enfrenta até 110 anos de prisão no total e a sua sentença será pronunciada posteriormente, noticiou a agência France-Presse (AFP).
A procuradoria federal dos EUA apontou o arguido, de 31 anos, como um fraudador que roubou dinheiro de milhares de vítimas.
O arguido foi testemunha durante os últimos três dias de audiências e aproveitou para se distanciar das más decisões da FTX e da sua empresa irmã, Alameda Research.
Procurou também apontar o dedo aos seus antigos aliados, que cooperam com o Ministério Público, e reiterar que não teve más intenções, mas reconheceu que não estava à altura da tarefa e que falhou na gestão de riscos.
A procuradora adjunta Danielle Sassoon submeteu Bankman-Fried a duros interrogatórios, apontando contradições entre as suas declarações privadas e públicas e obtendo a sua confissão, por exemplo, de que a FTX deu uma grande linha de crédito privilegiada à Alameda, que utilizou os fundos dos clientes para "arriscar", como defendeu nos argumentos finais.
Sam Bankman-Fried (conhecido como SBF) foi detido em dezembro de 2022 indiciado pela justiça norte-americana de sete acusações que incluem fraude e lavagem de dinheiro por, entre outras coisas, ter alegadamente desviado milhões de dólares de clientes da FTX para outros fins.
A FTX, que era uma das maiores plataformas de criptomoedas do mundo e estava avaliada em 30.131 milhões de euros, faliu em novembro de 2022, depois de muitos utilizadores se apressarem a levantar os seus fundos perante os relatórios que questionavam a solvência da empresa.
A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla inglesa) alegava que Bankman-Fried organizou um esquema fraudulento ao longo de anos para ocultar aos investidores da FTX o desvio de fundos de clientes para a Alameda Research.
Bankman-Fried foi acusado de desviar quase 9.000 milhões de dólares de clientes da FTX para outros fins e enfrenta outro julgamento semelhante em março, no qual é acusado de fraude pela SEC.
O norte-americano declarou-se inocente de todas as acusações ao longo dos meses.
Em dezembro, dois sócios de SBF, a ex-diretora executiva da Alameda Research, empresa fundada por Bankman-Fried e braço investidor da FTX, Carolyn Ellison, e o cofundador da FTX, Gary Wang, declararam-se culpados de acusações "relacionadas com o papel na fraude que contribuiu para o colapso" da empresa.
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