"Lamentamos profundamente a situação pelos trabalhadores e suas famílias que vão ser alvo de despedimento colectivo, que não há forma de as compensar pela perda de emprego", afirmou José Ernesto Oliveira, em declarações à Agência Lusa.
O autarca alentejano realçou que "no meio da tempestade ainda surge alguma esperança", adiantando que a administração deu a "garantia de que a fábrica não vai encerrar", o que vai permitir manter "cerca de 50 por cento dos postos de trabalho".
José Ernesto Oliveira falava após reunir hoje de manhã com a administração da fábrica de Évora da multinacional norte-americana Kemet Electronics para se "inteirar" da situação laboral na unidade fabril.
O presidente do município indicou que o processo de despedimento colectivo na fábrica da Kemet Electronics "vai ter início no dia 4 de Dezembro", prolongando-se "até ao final do mês de Março".
"A operação será conduzida integralmente no respeito pelos direitos dos trabalhadores, ao abrigo da legislação de trabalho vigente, com as respectivas indemnizações e intervenção das estruturas de protecção ao emprego", disse.
De acordo com o autarca, a reestruturação traduz-se numa "adequação da estratégia do grupo", que pretende instalar em Évora a produção de "novos produtos mais competitivos do que os condensadores de tântalo, que estavam a ser produzidos".
"O mercado de condensadores de tântalo diminuiu e o grupo Kemet resolveu concentrar a produção numa única fábrica no México. Para Évora, vêm condensadores electrolíticos que estão numa fábrica em Inglaterra que vai encerrar", precisou.
José Ernesto Oliveira disse lamentar que, "mais uma vez", "não se tenha conhecimento de uma única palavra ou de qualquer medida" da administração central para "dar condições à economia para sustentar o emprego".
A fábrica de Évora da multinacional norte-americana Kemet Electronics vai avançar com o despedimento coletivo de cerca de metade dos trabalhadores, num total de 154, e deslocalizar parte da produção para o México, segundo fonte sindical.
A unidade fabril da cidade alentejana, que emprega cerca de 320 trabalhadores, produz condensadores de tântalo para telemóveis e para a indústria automóvel.