O IVA zero leva já seis meses, mas o impacto no preço final a pagar pelos clientes está abaixo das expectativas, de acordo com uma análise divulgada na quarta-feira pela DECO Proteste. Contas feitas, a poupança pouco ultrapassa os cinco euros.
"Seis meses depois de ter entrado em vigor, o IVA a 0% no cabaz alimentar tem um impacto no preço final pago pelos consumidores muito inferior ao esperado. A 18 de outubro, a poupança é de apenas 5,76 euros em comparação com o que se pagava a 17 de abril, um dia antes de a medida entrar em vigor", explica a DECO Proteste.
Ao que indica a organização de defesa do consumidor, "nas primeiras semanas, a isenção do imposto permitiu alguma poupança, mas a descida do preço do cabaz demorou a atingir o valor correspondente ao imposto".
"Contudo, nas semanas mais recentes, o impacto do IVA a zero por cento tem vindo a notar-se cada vez menos, com o preço do cabaz a retomar a tendência de subida. Alguns bens alimentares estão, a 18 de outubro, ainda mais caros do que antes de lhes ter sido retirado o IVA", nota a DECO Proteste.
O óleo alimentar, que tinha uma taxa de IVA de 23%, é o produto em que a isenção de IVA mais se faz sentir, com uma descida de 39% entre 17 de abril e 18 de outubro. Também o carapau e o tomate registam descidas de preços significativas.
Por outro lado, os alimentos em que a isenção de IVA teve menos impacto foram os brócolos, a laranja e o azeite virgem extra. Todos estes produtos estavam, a 18 de outubro, ainda mais caros do que a 17 de abril, quando ainda tinham IVA a 6%.
Além disso, a DECO Proteste revela que "foi nas mercearias que o impacto da medida menos se fez sentir", sendo que, seis meses depois da entrada em vigor do IVA zero, o preço das mercearias desceu apenas 8 cêntimos face ao que registava a 17 de abril.
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