Numa carta aberta endereçada à administração da CGD, ao ministro das Finanças, Fernando Medina, e ao primeiro-ministro, António Costa, o STE diz ter vindo ao longo do tempo a denunciar várias situações vividas pelos trabalhadores e que até agora não foram resolvidas.
Em causa, por exemplo, está a falta de pessoal, o encerramento, desde 2012, de mais de 300 balcões que levaram à dispensa de 3.500 trabalhadores.
"Não é sequer possível acreditar que não saibam que na Caixa há cada vez mais trabalhadores exaustos, doentes e a sofrer de 'burnout', que muitas vezes vêm trabalhar para não serem penalizados, sem tempo para a família e para eles próprios, para quem é cada vez mais difícil exercer elementares direitos de cidadania, sem ter de lidar com o 'cancro' do assédio moral, das ameaças diretas e veladas, das pressões e do medo", refere o STE.
O STE realça a "gritante a falta de trabalhadores, sendo cada vez mais notória e forte a presença do 'outsourcing', o que faz da CGD, o único banco público, um promotor de trabalho precário".
"Cabe-nos, então, perguntar: onde param as promessas de justiça social, igualdade de tratamento, salários justos, proteção à família e à parentalidade, dignidade no trabalho, combate às injustiças sociais, quando a vossa prática, na CGD, aponta no sentido contrário", questiona o STE.
Por estes motivos, o sindicato, exige que a administração da Caixa e o Governo tenham uma atitude diferente, sublinhando que estes "não devem ter em conta apenas os resultados do exercício".
Na carta, o STE lembra que a Caixa, como toda a banca, tem vindo a apresentar os maiores lucros de sempre, tendo no exercício de 2022 e nos primeiros seis meses deste ano acumulado um lucro da ordem de 1,5 mil milhões de euros.
"É gritante a falta de respostas e a enorme insensibilidade da administração a todos estes problemas, bem como as desculpas "esfarrapadas" dos responsáveis do Governo, único acionista, que dizem não se querer meter na gestão da Caixa e fazem de conta que está tudo bem, talvez porque o que lhes importa é apenas que os dividendos sejam cada vez maiores", é referido na missiva.
Por isso, o STE pede uma valorização dos trabalhadores, condições dignas de trabalho, do aumento do quadro de pessoal e aumento salarial.
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