Infraestruturas do Brasil precisam de investimentos "do mundo inteiro"
O ministro dos Transportes do Brasil disse hoje, em Lisboa, que as infraestruturas do seu país precisam de investimentos "do mundo inteiro", por isso vai apresentar em Portugal um plano de concessões para rodovias para investidores da União Europeia.
© Getty Images
Economia Renan Filho
O plano, disse, exige 280 biliões de reais (53,2 mil milhões de euros).
Em entrevista à Lusa, hoje, em Lisboa, Renan Filho adiantou que a sua visita tem por objetivo "trocar experiências e verificar o que Portugal tem feito ao longo dos últimos anos, a fim de evoluir a infraestrutura", e apresentar o plano aos investidores da União Europeia.
"O Brasil é um país super desafiador porque cresce muito a produção, e cresce em regiões onde não existia em anos anteriores. Então, isso é um grande desafio para a infraestrutura e nós estamos trabalhando para fortalecer os investimentos de maneira geral", desde que o Presidente Lula da Silva chegou ao poder, frisou.
O investimento será feito com recursos públicos provenientes do orçamento geral da União Brasileira, por um lado, e, por outro lado, fortalecendo a capacidade de atração de capital privado, nomeadamente de investimento estrangeiro, referiu o ministro.
"O público sozinho não consegue. O privado sozinho também não. Então, os dois têm que trabalhar juntos. E têm que trabalhar juntos também, com a ajuda de empresas e de outros países", de Portugal e de outros países da União Europeia, mas também atraindo "recursos dos fundos soberanos dos países do Oriente Médio", afirmou o ministro.
O plano global de investimentos lançado pelo Governo de Lula da Silva é "muito arrojado", de "1 trilhão e 700 bilhões de reais [323 biliões de euros]", disse.
"Lá no Brasil chamamos de Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e um plano de investimentos capaz de acelerar o crescimento do país, respeitando a sustentabilidade fiscal. Esse é o desafio do Brasil. É investir com sustentabilidade fiscal, sem elevar o endividamento do país", declarou.
Por isso, "estamos trabalhando no Brasil em várias frentes, por exemplo, baixando a taxa de juros básica da economia, a fim de tornar atrativos os projetos de infraestrutura. Isso ajuda na viabilidade dos projetos (...) e os ministros estão percorrendo o mundo inteiro para apresentar o novo plano de concessão, cada um na sua área", continuou.
Renan Filho veio a Portugal apresentar o plano para as suas áreas, investimentos em rodovias e em ferrovias, a fim de atrair investimentos internacionais.
Lembrando que o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo e um dos maiores geradores de energia limpa, disse que a humanidade pode beneficiar destes investimentos através da segurança alimentar e da competitividade nos preços.
"Por isso, estamos aqui em Portugal a conversar com membros de toda a União Europeia. Aqui é um país mais fácil para nós, mais próximo, e estamos reunindo aqui investidores alemães, investidores italianos e espanhóis, a fim de apresentar o nosso plano de concessões à União Europeia", sublinhou Renan Filho.
Segundo disse, o Fórum que se realiza sexta-feira, em Lisboa, com o apoio do Fibe -- Fórum de Integração Brasil Europa, conta com investidores de todos os países da União Europeia, concessionárias, operadores de investimentos, escritórios de advocacia, representantes de embaixadas.
O ministro lembrou que o Brasil inaugurou no último leilão rodoviário uma fase nova, em que conseguiu captar recursos dos fundos soberanos, tanto da Arábia Saudita como de Singapura, detentores de grande capacidade de investimento no planeta.
Agora o país "precisa organizar esses fundos com operadores tradicionais do mercado", para que se amplie o volume de investimentos no Brasil, dadas as necessidades das infraestruturas, afirmou.
"Faremos aproximadamente 80 bilhões de reais com investimentos próprios do orçamento do Brasil", adiantou o ministro, acrescentando que "são obras em todo o país", sobretudo em novas rodovias, adequação de capacidade, fortalecimento da infraestrutura para o escoamento da produção do Brasil Central, para conexão de grandes cidades por vias mais adequadas, com mais capacidade para transportar pessoas.
Segundo o ministro, o prioritário é "a construção das espinhas dorsais para o escoamento da produção do Brasil Central".
"A gente espera até 2035 transportar 40% de tudo aquilo que o Brasil produz em estradas de ferro, em ferrovias, o que certamente será um grande ganho de competitividade para o país e para o mundo inteiro", em segurança alimentar e preços, referiu.
Na opinião do ministro, o mundo precisa saber que "esse país, que é um dos grandes produtores internacionais, uma das dez maiores economias do planeta, está conectado com a agenda internacional de respeito à diversidade, ao meio ambiente e precisa fortalecer os investimentos".
"Estou aqui para dizer que, além disso, os investimentos no Brasil são rentáveis", concluiu.
O ministro dos Transportes do Brasil está em Portugal para uma série de encontros, que começaram na quarta-feira com a troca de experiências com o governo português -- sobretudo sobre inovações tecnológicas e sustentabilidade - e continuam até sexta-feira, quando as principais oportunidades do setor serão apresentadas no 'roadshow' Brasil Transport Invest -- Portugal, um encontro de negócios, que tem o apoio do Fórum de Integração Brasil Europa -- FIBE, e que decorrerá na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa.
A expectativa é introduzir o novo modelo de concessões, elaborado pelo Ministério dos Transportes, e os destaques do pipeline de obras brasileiro em infraestruturas, incrementado com o Novo PAC, lançado em agosto pelo Governo Federal.
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