Meteorologia

  • 09 MAIO 2024
Tempo
26º
MIN 16º MÁX 26º

Banco Mundial. Elevada dívida pública trava infraestruturas em África

O Banco Mundial alertou hoje que o aumento dos rácios da dívida pública sobre as exportações e as receitas na África subsaariana vai impedir os governos de lançarem projetos de desenvolvimento que melhorem as infraestruturas.

Banco Mundial. Elevada dívida pública trava infraestruturas em África
Notícias ao Minuto

09:18 - 18/09/23 por Lusa

Economia Banco Mundial

"O aumento do serviço da dívida externas traduziu-se em rácios mais elevado do total da dívida face Às exportações e às receitas, que chegaram a 28% e 41%, respetivamente, na África subsaariana; como o investimento público é muito mais volátil que a despesa governamental, isto vai provavelmente traduzir-se numa reduzida capacidade de lançamento de projetos de desenvolvimento com o objetivo de melhorarem a infraestrutura", alerta o Banco Mundial.

No mais recente relatório sobre a adequação das políticas nacionais à eficaz implementação das ajudas externas, divulgado esta semana, o Banco Mundial alerta que as necessidades públicas de financiamento têm vindo a aumentar de forma sustentada, de uma média de 3% do PIB, entre 2008 e 2014, para 8% entre 2015 e 2019, e subiram ainda mais entre 2020 e 2022, para 11% do PIB.

Face a estes constrangimentos orçamentais que são agravados pelo aumento do custo de servir a dívida externa, devido à depreciação das moedas, o Banco Mundial defende que os governos têm de escolher melhor as obras públicas que lançam.

"Selecionar, supervisionar e implementar de forma mais efetiva destes projetos vai ser fundamental para garantir que o setor público pode continuar a apoiar o crescimento", dizem os economistas, alertando mais uma vez para os perigos de deixar subir a dívida pública.

"No cenário extremo, o sobre-endividamento pode parar completamente o desenvolvimento do país e reduzir a sua capacidade para lançar reformas políticas; os 'bailouts' [ajudas do Estado] e os 'haircuts' [perdas] dos credores podem levar a pagamentos mais elevados nos investimentos futuros financiados pelos mercados internacionais, e o potencial para crises gémeas através do contágio aos bancos e aos mercados cambiais é significativo", avisa o Banco Mundial.

Os riscos de sobre-endividamento na África subsaariana "aumentaram significativamente no seguimento do aumento dos níveis de dívida e da subida dos empréstimos não concessionais", ou seja, a preços de mercado, ao contrário do que acontecia antes, em que a maior parte do endividamento era feita junto de bancos multilaterais, que praticam taxas de juro muito baixas.

"O número de países em alto risco de sobre-endividamento ou em sobre-endividamento [debt distress, no original em inglês] aumentou de 20, em 2020, para 22, em dezembro do ano passado, representando assim 58% dos países elegíveis para financiamento da Associação Internacional de Desenvolvimento" (IDA), o braço do Banco Mundial vocacionado para ajudar os países mais pobres.

O Chade, a Etiópia, a Zâmbia e o Gana foram os quatro países africanos que, desde 2021 pediram uma reestruturação da dívida ao abrigo do Enquadramento Comum do G20, um mecanismo destinado a ajudar os países que querem reestruturar a dívida, mas que tem enfrentado muitas demoras no processo.

Leia Também: Banco Mundial melhora nota da Guiné-Bissau na avaliação das políticas

Recomendados para si

;

Receba as melhores dicas de gestão de dinheiro, poupança e investimentos!

Tudo sobre os grandes negócios, finanças e economia.

Obrigado por ter ativado as notificações de Economia ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório