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Habitação. Mensagem de Marcelo com veto "não poderia ser mais clara"

A Ordem dos Arquitetos (OA) disse hoje que a mensagem transmitida pelo veto do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao Mais Habitação, "não poderia ser mais clara", apontando soluções de "difícil operacionalidade".

Habitação. Mensagem de Marcelo com veto "não poderia ser mais clara"

© iStock

Lusa
21/08/2023 18:27 ‧ há 2 anos por Lusa

Economia

Habitação

Numa declaração enviada à Lusa e assinada pelo presidente da OA, Gonçalo Byrne, o arquiteto disse que "relativamente ao veto político que o senhor Presidente da República decidiu utilizar, no âmbito dos seus poderes constitucionais, para não promulgar o chamado pacote legislativo 'Mais Habitação', a Ordem considera que a mensagem do Chefe de Estado a explicar os argumentos e motivos da sua decisão não poderia ser mais clara".

Segundo o arquiteto, "em linha com os alertas e reparos que a OA sinalizou em tempo útil relativamente ao extenso e ambicioso pacote de medidas para o setor da habitação que o Governo apresentou no final do passado mês de março, o senhor Presidente de República elencou uma série de dúvidas e obstáculos ao sucesso" do programa que, "em maior ou menor medida, já tinham sido alvo de alerta da parte da OA".

Para a OA, o Mais Habitação, "apesar de preconizar algumas medidas que a Ordem considera positivas para o setor, avança com outras soluções de difícil operacionalidade", sendo que "a consistência e coerência não são valores compatíveis com fenómenos disruptivos que, na sua aparência inicial, acodem a uma urgência, mas conduzem à criação de novas e piores urgências 'a posteriori'", garantiu.

Por outro lado, em relação à promulgação, por Marcelo Rebelo de Sousa, do diploma da Assembleia da República que autoriza o Governo a simplificar os procedimentos urbanísticos e de ordenamento do território, a Ordem "saúda a decisão".

"Trata-se de algo que é defendido há muito pela OA e que vai ao encontro da preocupação dos Arquitetos e da posição que a sua Ordem tem vindo a transmitir ao longo do processo legislativo", assegurou.

Assim, a entidade "congratula-se igualmente com a preocupação demonstrada pelo Presidente da República nesta área", sublinhando que esta medida "não pode esquecer a segurança e qualidade das edificações e a responsabilização dos intervenientes no processo de construção, sem excluir a intervenção da administração local".

A Ordem constatou ainda "muito positivamente a preocupação demonstrada pelo Chefe de Estado relativamente à óbvia necessidade de avançar para um Código da Edificação que reúna toda a legislação e regulamentação jurídico-legal".

Segundo a entidade, "atualmente, o quadro regulatório e legal do setor é caótico (com cerca de dois mil diplomas legais dispersos), e não poucas vezes conflituante, impondo-se com urgência a reunião num único diploma de todo o dispositivo legal que regula o setor".

O Presidente da República vetou hoje o decreto que reunia as principais alterações à legislação da habitação - com mudanças ao nível do arrendamento, dos licenciamentos ou do alojamento local - aprovadas no dia 19 de julho no parlamento pelo PS, que já anunciou que irá confirmá-la no início da próxima sessão legislativa.

Na mensagem que acompanha a devolução do diploma ao parlamento, Marcelo Rebelo de Sousa expressou um "sereno juízo negativo" sobre as medidas e criticou a ausência de consenso partidário.

"Não é fácil de ver de onde virá a prometida oferta de casa para habitação com eficácia e rapidez", disse, acrescentando que "não é suficientemente credível" quanto à execução a curto prazo ou mobilizador.

Na Polónia, onde se encontra em visita oficial, Marcelo Rebelo de Sousa destacou que se tratou de um veto político e não constitucional, assumindo uma discordância face às opções do Governo e da maioria PS neste processo, e sustentou que o diploma "não representava a base de apoio nacional que era necessária".

Leia Também: 'Mais Habitação'? "Dúvidas" legais e constitucionais "ficaram arrumadas"

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