O contrato foi assinado, na cidade da Praia, pelo administrador único da Inforpress, Jair Fernandes, e pelos secretários de Estado das Finanças, Adalgisa Vaz, e o adjunto do primeiro-ministro, Lourenço Lopes, num ato que contou com a presença do chefe do Governo, Ulisses Correia e Silva.
De acordo com o contrato válido por três anos e renovável por iguais períodos, a partir de 01 de janeiro de 2024 o Governo vai atribuir à única agência de notícias de Cabo Verde uma indemnização compensatória anual de 72 milhões de escudos (652,9 mil euros), superior aos cerca de 60 milhões de escudos (544 mil euros) que recebia até agora.
Já a Inforpress, que este ano completa 31 anos, fica obrigada a produzir entre 40 e 56 textos por dia, entre 16 e 21 fotografias, entre oito e 12 áudios e entre dois e quatro vídeos.
Além da redação central na cidade da Praia e das delegações nas demais ilhas, a agência pretende ainda reforçar a sua presença em todo o território nacional, bem como abrir delegações e/ou contratação de correspondentes para Boston, nos Estados Unidos, e para Abuja, na Nigéria, junto à missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Para o gestor único da Inforpress, a assinatura do primeiro contrato de prestação do serviço noticioso e informativo é um "momento histórico", que vai permitir à agência "ajustar" qualitativa e quantitativamente os seus serviços e a sua presença no território nacional e a nível internacional.
"A nossa perspetiva integra ainda a sociedade civil organizada, não só pelas responsabilidades da agência, mas sobretudo pela corresponsabilização cidadã, no tocante à utilização dos recursos públicos", salientou Fernandes, prometendo ainda assinaturas de protocolos com universidades e outras instituições de ensino superior e aproximação e auscultação dos media privados.
"A importância que se reveste este ato e o presente contrato é proporcional às exigências, mormente no quesito produção de conteúdos noticiosos e jornalísticos, para além da boa gestão dos valores envolvidos no documento", frisou o administrador único, esperando retorno e impacto em todos os setores da vida do país.
O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, afirmou que a assinatura do contrato é um investimento na democracia, as liberdades e na boa governação, entendendo que a Inforpress terá agora uma "responsabilidade acrescida" como agência pública de notícias.
"É um momento importante porque é o primeiro contrato de concessão de serviço púbico noticioso e informativo entre o Estado de Cabo Verde e a Inforpress", salientou o chefe do Governo, sublinhando o "papel primordial" que a agência tem na comunicação social do país.
"E uma das prioridades do serviço público é proporcionar aos cidadãos, no país e na diáspora, informação orientada para os princípios de pluralismo, rigor, imparcialidade e isenção", prosseguiu, considerando que, num ambiente atual tóxico, os reguladores são aqueles que praticam a boa comunicação e espera que a agência seja uma "referência" no setor da comunicação social no arquipélago.
Reconhecendo que as necessidades "ainda são muitas", o primeiro-ministro disse que haverá necessidade de a Inforpress ter mais recursos para maior implantação a nível nacional e poder cobrir a diáspora cabo-verdiana, bem como para investimentos, reformas, capacitação e desenvolvimento institucional.
Ulisses Correia e Silva anunciou que ainda este ano será assinado o contrato de concessão de serviço noticioso com a Radiotelevisão Cabo-verdiana (RTC).
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