Os Estados Unidos colocaram na sua 'lista negra' mais de 120 empresas russas e quirguizes, enquanto o Canadá emitiu novas sanções contra 39 pessoas e 25 empresas relacionadas com a indústria militar e com o setor cultural e educativo, alegando que são cúmplices na invasão da Ucrânia.
As sanções dos EUA visam, em particular, restringir o acesso da Rússia a material embargado, incluindo componentes eletrónicos que podem ser reutilizados pelo complexo militar-industrial russo, de acordo com um comunicado do chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken.
"Essas sanções irão impedir a Rússia de aceder a materiais críticos, inibir a sua futura produção de energia e capacidades de exportação, limitar o seu uso do sistema financeiro internacional e reprimir aqueles que são cúmplices nas estratégias para contornar as sanções", explicou Blinken.
A ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Mélanie Joly, salientou que as novas sanções procuram atingir empresas e pessoas que "tentam apagar a cultura e a identidade ucranianas", através de ações militares e de propaganda.
Entre as dezenas de empresas visadas pelos dois países, em ações diferenciadas, estão bancos russos, empresas dos setores de energia, navegação e tecnologia, além de fabricantes de equipamentos de defesa.
No lado educativo e cultural, nas sanções do Canadá, estão atores, cantores, cineastas e altos funcionários governamentais nessas áreas.
"Desde o início da invasão da Ucrânia, celebridades russas têm sido usadas para promover a chamada 'operação militar especial' através da música e outros eventos", explicou Joly.
Nas sanções dos EUA, contam-se também sete institutos de pesquisa russos no campo da tecnologia e sob controlo do Estado.
Várias empresas do Quirguistão que permitiram à Rússia, de acordo com o Tesouro dos EUA, contornar as restrições à exportação de tecnologias como parte das sanções dos EUA impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, também são visadas.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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