O Fórum anual do Banco Central Europeu (BCE) termina hoje com uma representação de peso da política monetária mundial: a presidente do BCE, Christine Lagarde, o presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), o governador do Banco de Inglaterra (Boe, sigla em inglês), Andrew Bailey, e o governador do Banco do Japão (BOJ, sigla em inglês), Kazuo Ueda.
O debate tem lugar no mês em que o BCE subiu as taxas de juro em 25 pontos base, enquanto a Fed manteve inalterado o intervalo de taxa de juro de referência.
Contudo, o presidente da Fed, Jerome Powell, admitiu na semana passada novos aumentos das taxas de juro nos próximos meses, dependendo de dados económicos.
Já o Banco do Japão (BOJ, sigla em inglês) decidiu manter, em 16 de junho, intacta a estratégia de flexibilização monetária, que inclui taxas ultrabaixas, à espera de mais sinais positivos de crescimento económico e desaceleração da inflação.
Por seu lado, o Banco da Inglaterra (BoE, sigla em inglês) anunciou a 13.ª subida consecutiva das taxas na última quinta-feira, desta vez em 50 pontos base, de 4,5 para 5%, o nível mais alto desde 2008, depois da inflação no Reino Unido ter ficado acima do previsto pelos analistas (8,7% em maio).
Durante a manhã de hoje será ainda discutida por economistas e responsáveis instituicionais a normalização da política monetária, o 'mix' ideal entre política orçamental e monetária no contexto de alta inflação e as lições das experiências recentes de previsões económicas.
O evento iniciou-se na segunda-feira, com um jantar de boas-vindas oferecido por Lagarde e um discurso de vice-diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, no qual alertou que a manutenção da inflação em níveis sustentadamente elevados pode levar a mudanças na sua dinâmica e dificultar a descida.
O arranque dos debates ficou, na terça-feira, a cargo da presidente do BCE, alertando que a natureza da inflação na zona euro está a mudar e é improvável que, no futuro próximo, o banco central possa declarar que as taxas diretoras máximas foram atingidas, reafirmando a intenção de uma nova subida em julho.
Na terça-feira, economistas presentes no fórum anual do BCE apelaram também a uma preparação para possíveis choques nos mercados energéticos nos próximos anos, considerando que poderão ser mais frequentes e persistentes.
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