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Neeleman recebeu para se livrar do problema? Mais revelações no caso TAP

O ex-secretário de Estado Sérgio Monteiro considerou "anormal" que o Estado tenha pagado 55 milhões de euros a David Neeleman em 2020 para ele se livrar dos problemas da TAP, que ficaram para os contribuintes. Mas há mais. Fique a par dos pontos essenciais da sua audição.

Neeleman recebeu para se livrar do problema? Mais revelações no caso TAP
Notícias ao Minuto

07:38 - 02/06/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

Economia Sérgio Monteiro

O ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações Sérgio Monteiro, do governo liderado por Passos Coelho, foi ouvido na comissão de inquérito à TAP, na quinta-feira, tendo sido um dos intervenientes na privatização da companhia em 2015.

Sérgio Monteiro fez mais um conjunto de revelações sobre o caso TAP, das quais destacamos as seguintes: 

1. "Anormal foi pagar a acionista privado para se livrar do problema"

O ex-secretário de Estado Sérgio Monteiro considerou "anormal" que o Estado tenha pagado 55 milhões de euros a David Neeleman em 2020 para ele se livrar dos problemas da TAP, que ficaram para os contribuintes.

"O anormal foi pagar a um acionista privado para ele se livrar do problema e que tenha ficado o problema para nós", afirmou, na comissão de inquérito à TAP, o antigo secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, do governo PSD/CDS-PP, que esteve envolvido na privatização da companhia aérea de bandeira em 2015.

O antigo governante referia-se ao auxílio à TAP em 2020, na sequência das dificuldades causadas pela pandemia de covid-19, em que a companhia voltou ao controlo do Estado, pagando ao então acionista privado David Neeleman 55 milhões de euros para sair da transportadora aérea.

Sérgio Monteiro sublinhou que aquela decisão do governo PS "não se esgota nos 3.200 milhões de euros do auxílio", porque foi preciso ir pedir dinheiro, sendo, por isso, uma "conta simples de fazer": "custa-nos mais de 200.000 euros por dia só em juros do dinheiro que injetámos".

2. "Remédios severos" podiam ter evitado privatização da TAP em 2015

O ex-secretário de Estado Sérgio Monteiro considerou que a alternativa à privatização da TAP em 2015 resolveria apenas o problema da companhia no imediato, com consequências "graves" para os contribuintes e "severas" para a companhia.

Questionado pelo deputado social-democrata Hugo Carneiro, na comissão de inquérito à TAP, sobre se havia uma alternativa à privatização concretizada pelo Governo PSD/CDS-PP em 2015, o antigo secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações Sérgio Monteiro respondeu: "havia, se o Estado estivesse disponível a impor à TAP remédios severos, havia sempre a hipótese de capitalização pública, com as consequências que já conhecemos, dinheiro dos contribuintes e um conjunto de remédios associados a essa capitalização pública".

3. Capitalização feita com fundos da TAP? "Na minha opinião não"

Sérgio Monteiro rejeitou que a capitalização de 226,75 milhões de euros no âmbito da privatização de 2015, através dos chamados fundos Airbus, tenha sido feita com fundos da própria TAP.

O antigo secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações do governo PSD/CDS-PP, Sérgio Monteiro, respondia a perguntas do deputado Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal, na comissão de inquérito à TAP, sobre os designados fundos Airbus, que permitiram capitalizar a companhia com 226,75 milhões de euros, com recurso a fundos que a empresa de David Neeleman e Humberto Pedrosa recebeu diretamente da Airbus e terão sido entregues como contrapartida de um negócio de 'leasing' de 53 aviões pelo fabricante europeu.

Sérgio Monteiro começou por explicar que a informação recebida pela Parpública por parte da Atlantic Gateway indicava que os fundos decorriam da conjugação da alteração de planos relativamente à frota, a encomenda de aviões adicionais e o apoio da fabricante de aviões ao plano estratégico para a companhia aérea.

Quando questionado se rejeitava que a capitalização tinha sido feita com fundos da própria TAP, o que violaria a lei, Sérgio Monteiro respondeu: "na minha opinião não [foi], pelos factos que acabei de relatar".

Leia Também: Secretário de Estado João Nuno Mendes ouvido hoje na CPI à TAP

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