Em termos de comportamento económico das empresas portuguesas durante o período de austeridade vivido em Portugal nos últimos anos, os setores têxtil e dos transportes foram, segundo avança esta quarta-feira o Diário Económico, os que melhor resistiram à crise. No reverso da medalha, hotelaria e restauração foram mais penalizados, a par da saúde e educação.
A base para estas conclusões foi a análise realizada pelo Bureau van Djik que efetuou a análise a uma base de dados, concluindo que entre 2002 e 2013 foram mais de 28 mil as empresas que fecharam portas em Portugal.
“As fortes oscilações na evolução do consumo de bens duradouros e nos ciclos de investimento das administrações públicas, empresas e das próprias famílias”, explica o economista Daniel Bessa ao Económico, sendo que segundo o mesmo, as empresas do setor têxtil e vestuário resistiram melhor “por terem iniciado um processo de ajustamento muito antes da crise”.
O ‘mau comportamento’ das empresas em alguns setores estará, por seu lado, intimamente relacionado com “os efeitos decorrentes da procura provocada pela diminuição do rendimento disponível dos portugueses”, explica o economista, acrescentando ainda que "a crise veio aprofundar o processo de reestruturação do tecido produtivo e alterar a sua natureza".