O ministro das Finanças salientou, esta sexta-feira, os "bons resultados" da economia, com subida "acima do esperado" do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, de 2,5% em termos homólogos e 1,6% em cadeia, 'puxados' pelo crescimento das exportações.
"Gostava de destacar aqui os bons resultados que a economia portuguesa apresentou [...]. Em primeiro lugar, o PIB cresceu, em segundo lugar, a confiança das famílias e das empresas melhorou e, em terceiro lugar, a inflação caiu", disse Fernando Medina, em Estocolmo, em declarações aos jornalistas
Reagindo aos dados hoje conhecidos do Instituto Nacional de Estatística (INE), o governante vincou que "este é um crescimento acima do esperado pela generalidade dos observadores e um crescimento que assenta, sobretudo, no crescimento das exportações".
"Este é um crescimento que demonstrou a capacidade de compensar o abrandamento da procura interna por um crescimento robusto das exportações e, por isso, [são] bons resultados na frente da economia acima do que tínhamos esperado", acrescentou.
Fernando Medina critica "fugas de informação seletivas"
O ministro das Finanças reiterou o "processo de decisão claro e transparente" na exoneração dos dirigentes da TAP assente no relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF), que apontava ilegalidades, criticando "fugas de informação seletivas".
"Não me quero pronunciar sobre fugas de informação seletivas entregue à comissão de inquérito, aliás entregue pelo Governo de forma muito clara, muito aberta, como sempre fizemos desde o início", começou por dizer o ministro da tutela.
Em declarações aos jornalistas no final de um Eurogrupo informal, o governante acrescentou: "Reafirmo só aquilo que sempre disse, desde o início, sobre este processo, [que] a base de toda a fundamentação relativamente à administração da TAP está descrita nos seus factos, na sua argumentação jurídica, na sua qualificação jurídica, no relatório da IGF".
"É essa a base na qual o Governo tomou a sua decisão e não acrescentarei mais neste momento sobre isso", ressalvou, indicando que será "ouvido no tempo certo na comissão de inquérito".
De acordo com Fernando Medina, "são esses os documentos estruturais de um processo de decisão claro e transparente".
O ministro das Finanças referia-se à divulgação, pela SIC e pela CNN Portugal, de mensagens de Whatsapp e de correio eletrónico que envolvem o Governo, informações que também ficaram disponíveis, entretanto, na sala de segurança da comissão de inquérito. "Essa documentação, não tendo sido solicitada pela comissão de inquérito na primeira vez, foi entregue", adiantou.
Esconder parecer do PRR? "Não quero comentar a adjetivação"
Confrontado com a notícia do Jornal de Notícias sobre ter "escondido" durante cinco meses um parecer da Comissão de Auditoria e Controlo (CAC) do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), onde constam várias falhas ao sistema de controlo interno destes fundos, Medina também não se alongou: "Não quero comentar a adjetivação que um órgão de comunicação social faz".
De acordo com o mesmo jornal, a auditoria revela que sete marcos foram validados sem verificação de conflito de interesses.
[Notícia atualizada às 12h47]
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