De acordo com um comunicado divulgado hoje pela Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), tendo por base os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), em fevereiro "a quebra regista-se em quase todas as categorias de produtos, com exceção dos tecidos de malha (que registaram um aumento de 17% em valor e 33% em quantidade) e do vestuário em tecido (aumentou 15% em valor e 5% em quantidade)".
Em termos acumulados, as exportações do setor nos dois primeiros meses do ano somam 1.012 milhões de euros (+1%) e 83 mil toneladas (-12%).
A ATP detalha que a quebra sofrida pelos têxteis-lar e outros artigos têxteis confecionados foi de 16% em valor e de 14% em quantidade, enquanto nas matérias têxteis o recuo foi de 3% em valor e de 14% em quantidade.
Já as exportações de vestuário permaneceram positivas em valor (+7%), mas em volume verificou-se uma diminuição de 5%.
"Estamos seguramente a exportar menos por mais valor", afirma o presidente da ATP, citado no comunicado.
Segundo Mário Jorge Machado, este facto deve-se "à inflação que se regista na maioria dos mercados e que tem impacto ao longo de toda a cadeia de valor e fornecimento".
Os dados hoje divulgados pela associação apontam que, até fevereiro, o setor registou uma quebra na maioria dos principais destinos de exportação, mas conseguiu, ainda assim, "um bom desempenho" em alguns.
É o caso de França (+13% em valor e +3% em quantidade), da Suíça (+42% e +10%), do Canadá (+21% em valor e +19%), da Roménia (+18% em valor e +27%) e da Chéquia (+20% e +7%).
No que se refere às importações, recuaram 8% em valor e 17% em quantidade em fevereiro, sobretudo nas matérias têxteis e os têxteis confecionados, já que no vestuário se observaram subidas de 11% em valor e de 3% em quantidade.
Em termos acumulados, nos dois primeiros meses do ano, Portugal importou 805 milhões de euros e 86 mil toneladas de têxteis e vestuário, menos 2% do valor e menos 19% da quantidade importada no mesmo período do ano anterior.
Este recuou afetou, em particular, as matérias-primas têxteis (-24% em valor e -27% em quantidade), o que, segundo a ATP, "reflete uma menor procura por parte da indústria, em resultado do abrandamento económico".
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