FMI exorta Pequim a reequilibrar a economia para o consumo

A chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, saudou hoje a forte contribuição da China para o crescimento global em 2023, mas exortou Pequim a reequilibrar a sua economia para o consumo.

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Lusa
26/03/2023 13:06 ‧ 26/03/2023 por Lusa

Economia

FMI

O FMI espera que o Produto Interno Bruto (PIB) do gigante asiático cresça 5,2% este ano, um desempenho tornado possível pela normalização gradual da atividade após o levantamento das restrições anti-covid no país em dezembro.

"Esta forte recuperação significa que a China deverá ser responsável por cerca de um terço do crescimento global em 2023, o que proporcionará um impulso bem-vindo à economia mundial", disse Kristalina Georgieva, que discursava num fórum em Pequim.

No entanto, Kristalina Georgieva apelou à China "para aumentar a produtividade e reequilibrar a economia, afastando-a do investimento para um crescimento mais orientado para o consumo".

Georgieva disse que isto era mais sustentável, menos dependente da dívida e que ajudaria a enfrentar os desafios climáticos.

"Para o conseguir, o sistema de proteção social deveria desempenhar um papel central, aumentando os subsídios de saúde e de desemprego para amortecer os choques domésticos", argumentou.

A proteção social na China tem vindo a crescer há várias décadas à medida que o país se tornou mais rico, mas não se encontra ao nível das economias mais avançadas.

Kristalina Georgieva também pediu "reformas" para "nivelar as condições de concorrência entre o setor privado e as empresas estatais", sendo estas últimas tradicionalmente favorecidas pelo Estado.

Estas medidas de reequilíbrio poderiam conduzir a uma redução das emissões de dióxido de carbono de cerca de 15% em três décadas, defendeu a responsável.

"Isto traduzir-se-ia em benefícios para todo o mundo: uma queda de 4,5% nas emissões globais durante o mesmo período", disse.

Tal como outros países, a China é vulnerável a eventos climáticos extremos, que se estão a tornar mais frequentes com as alterações climáticas.

O gigante asiático foi atingido no ano passado por uma grave seca que reduziu a produção de energia hidroelétrica e levou a cortes de energia.

"A maioria das emissões de dióxido de carbono do país são geradas pelos setores energético e industrial", disse Kristalina Georgieva.

"A mudança para um crescimento orientado para o consumo irá, portanto, reduzir a procura de energia e aliviar as pressões sobre a segurança energética".

Leia Também: FMI pede vigilância face à "elevada incerteza" no setor financeiro

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