Novo aumento salarial é "paliativo" e não repõe poder de compra

A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública considerou hoje que o aumento salarial adicional de 1% anunciado pelo Governo para responder à inflação é um "paliativo" que está longe de repor a perda de poder de compra.

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Lusa
24/03/2023 16:29 ‧ 24/03/2023 por Lusa

Economia

Frente Comum

As medidas anunciadas hoje pelo Governo para mitigar o impacto do aumento do custo de vida, entre elas um novo aumento salarial de 1% para a função pública, "continuam a ser muito insuficientes face às reais necessidades que existem", disse o dirigente da Frente Comum Alcides Teles, em declarações à Lusa.

"Os trabalhadores perderam salário em 2022 e vão continuar a perder salário em 2023, apesar destes paliativos que o Governo hoje veio apresentar", considerou Alcides Teles.

O sindicalista referiu que em 2022 a inflação fixou-se em 7,8% e os trabalhadores da administração pública tiveram um aumento salarial de 0,9%, o que significa que "perderam 6,9% de salário durante todo o ano passado".

Já em 2023, com as atualizações salariais e o novo aumento do subsídio de refeição, de 5,20 para seis euros, o Governo aponta agora para um crescimento de 4,1%, "o que fica muito longe de repor aquilo que se perdeu", uma vez que a inflação é superior, disse ainda o dirigente da Frente Comum.

"Entendemos que há condições e hoje provou-se que há condições, há dinheiro. Havendo dinheiro, que se valorize o trabalho e os trabalhadores, pelo menos naquilo que têm perdido e daí termos a proposta da Frente Comum de, no mínimo, 100 euros por trabalhador.

Quanto à subida do valor do subsídio de alimentação, o sindicalista indicou que "é um aumento de 80 cêntimos por dia", o que equivale a "um café".

O Governo anunciou hoje um aumento salarial adicional para a administração pública em 1% e uma subida do valor do subsídio de alimentação dos atuais 5,20 euros para seis euros a partir de abril, medidas que ainda vão ser discutidas com as estruturas sindicais na próxima quarta-feira.

Em janeiro deste ano, a base remuneratória da administração pública aumentou de 705 euros para 761,58 euros (cerca de 8%), enquanto os trabalhadores que ganham até cerca de 2.600 euros brutos receberam um aumento de 52,11 euros e, a partir desse valor, foi aplicada uma atualização de 2%.

Estes aumentos ficaram previstos num acordo para a legislatura assinado em outubro entre o Governo e as estruturas sindicais da UGT (a Fesap e o STE), tendo a Frente Comum ficado de fora.

Leia Também: Revisão salarial? Frente Comum espera não seja "propaganda"

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