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IPQ assegura que lei sobre controlo da carne foi verificada por Bruxelas

O Instituto Português da Qualidade (IPQ) assegurou hoje que a lei sobre o controlo da temperatura no transporte e armazenagem de carne foi verificada por Bruxelas, notando que em 14 anos não tinham sido reportadas queixas.

IPQ assegura que lei sobre controlo da carne foi verificada por Bruxelas
Notícias ao Minuto

15:41 - 17/03/23 por Lusa

Economia Carne

"A portaria a nível nacional cumpriu o circuito de auscultação das respetivas áreas competentes e foi notificada à Comissão Europeia, como aliás é obrigatório, e não obteve nenhum comentário dos Estados-membros", assegurou o IPQ, em resposta à Lusa.

Na terça-feira, os industriais de carnes defenderam que a lei sobre o controlo metrológico está a levar à destruição de toneladas de carne própria para consumo, lesando os operadores em milhares de euros.

A Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC) acusou ainda o IPQ de não ter submetido, previamente, à Comissão Europeia, a portaria que estende esta obrigatoriedade aos produtos congelados e refrigerados.

O IPQ adiantou ainda que desde que a portaria 1129/2009 foi publicada, ou seja, nos últimos 14 anos, não houve registo de "quaisquer protestos" quanto à aplicação da mesma, nem dificuldades de execução, vincando que existe um "número alargado de setores" que intersetam a cadeia do frio.

No que se refere à destruição dos produtos, o IPQ notou que a competência de fiscalização cabe à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e que a apreensão, citada pela APIC, deveu-se "ao facto dos seus inspetores terem intersetado uma viatura de transporte de carne proveniente de um matadouro e terem constatado que a carne estava a ser transportada sem as devidas condições de higiene", não podendo assim ser comercializada.

Posteriormente, foi também constatado que o registador de temperatura da viatura não tinha sido sujeito a controlo metrológico, o que "inviabilizou o controlo exato da temperatura da carne", levando à sua apreensão.

A APIC considerou ainda que esta lei põe em causa a concorrência entre os operadores dos diversos Estados-membros, mas o IPQ vincou que, por exemplo, em Espanha, o controlo metrológico dos registadores de temperatura e termómetros aplica-se ao transporte, armazenamento, distribuição e controle de produtos com temperatura controlada.

Isto aplica-se de forma geral e não apenas a produtos congelados e ultracongelados, precisou, acrescentando que o que difere de Portugal é que a execução do controle é da responsabilidade das comunidades autónomas e nem todas estão a exigir o mesmo, "por não terem capacidade de controlo".

Conforme exemplificou, em Madrid, toda a cadeia de frio está a ser controlada, incluindo os produtos refrigerados.

A diretora executiva da APIC, Graça Mariano, disse, na terça-feira, à Lusa, que o IPQ decidiu estender um regulamento comunitário às câmaras e viaturas de alimentos congelados e refrigerados, lesando os operadores.

O regulamento comunitário em causa (37/2005) estabelece que "os meios de transporte e as instalações de depósito de armazenagem de alimentos ultracongelados serão dotados de instrumentos de registo adequados para controlar, com intervalos frequentes e regulares, a temperatura do ar [metrologia legal] a que estão sujeitos os alimentos ultracongelados".

Com a extensão da obrigatoriedade a produtos refrigerados e congelados, os operadores económicos portugueses têm uma "despesa desnecessária", que ronda entre os 500 e 800 euros anuais por viatura ou câmara, que não é verificada nos restantes Estados-membros, defendeu, na altura, a responsável.

Por outro lado, disse que, tendo por base a lei mais recente, a ASAE aplica "coimas exageradas e sanções acessórias de rejeição de carne", acusando esta autoridade de ter "sempre um ou outro inspetor que gosta de fazer abuso de poder".

"A indústria da carne é a que tem mais custos e mais controlo [...], mas não pode trabalhar porque não há médicos veterinários [a fazer o controlo nos matadouros], não pode exportar porque a DGAV [Direção-Geral de Alimentação e Veterinária] não tem pessoas para negociar os dossiers de controlo com os países terceiros, e ainda tem custos acrescidos", concluiu.

Em 2022, foram realizadas 11.200 operações de controlo metrológico pelos seis organismos de verificação, incluindo um nos Açores e outro na Madeira.

Contactado pela Lusa, o Ministério da Economia remeteu esclarecimentos para a ASAE, que, por sua vez, não respondeu.

A Agência Lusa contactou igualmente a Comissão Europeia, mas não obteve resposta.

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